S&P diz que Brasil precisa cumprir metas fiscais para recuperar confiança
A agência está prestando mais atenção às métricas fiscais e de dívida do país do que no passado
O Brasil tem que cumprir suas metas de superávit fiscal neste ano para recuperar a confiança dos investidores, disse nesta quinta-feira a presidente da agência de classificação de risco Standard & Poor’s no Brasil, Regina Nunes.
Após rebaixar o Brasil a “BBB-“, perto do grau especulativo, no ano passado, a S&P está prestando mais atenção às métricas fiscais e de dívida do país do que no passado, disse Regina em seminário.
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A S&P atualmente atribui perspectiva estável à classificação de risco do Brasil, o que significa que não se espera mudança no curto prazo.
Nos dias 4 e 5, representantes da agência de classificação de risco vieram ao Brasil e se reuniram com autoridades do Ministério da Fazenda e do Planejamento. Nelson Barbosa, do Planejamento, contou que o encontro foi “positivo” e que o governo conseguiu expor o seu lado.
Entre os dias 16 e 20 deste mês, representantes da agência Fitch terão reuniões em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Ajuste fiscal – O desafio da equipe econômica chefiada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai além do ajuste fiscal franqueado pelo superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Segundo o economista da Brasil Investimentos & Negócios (BRAiN) André Sacconato, o ministro Levy e seus secretários sabem que só o ajuste fiscal não é suficiente para reequilibrar as contas públicas e imprimir crescimento à economia. “Mas é um passo determinante porque a partir do momento que o investidor se convencer de que o Brasil tem dinheiro para pagar as contas, os investimentos virão”, diz.
(Com agência Reuters)