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Solução para bancos é de interesse público, diz Tombini

Presidente do BC foi ao Senado explicar a intervenção do órgão em bancos pequenos e médios em dificuldades

Por Da Redação
11 dez 2012, 12h15

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a crise internacional de 2008 provocou “forte contração” do mercado de crédito externo, com reflexos no mercado de crédito brasileiro.

De acordo com ele, os impactos foram mais fortemente identificados em pequenos e médios bancos, que sofreram pressão de liquidez e dificuldades de captação de recursos. “Com isso, o Banco Central do Brasil passou a exercer monitoramento mais rigoroso de cessão de créditos em 2010”, afirmou. Essas atividades, de acordo com ele, resultaram na identificação de “inconsistências contábeis” do banco Panamericano. Tais fragilidades motivaram o BC, conforme Tombini, a intensificar o monitoramento de um grupo específico de bancos.

O presidente do BC disse também que, apesar do retorno à normalidade, em alguns casos pontuais “fez-se necessária” a maior atuação do Banco Central para solucionar situações mais críticas por meio de ajustes e saneamentos. Tombini disse, porém, que as dificuldades de bancos menores não estavam relacionadas a problemas macroeconômicos.

Tombini destacou a importância de se obter soluções de mercado para o salvamento de bancos em dificuldades, antes que a autoridade monetária precise decretar regimes especiais para essas instituições. Ele admitiu que o uso desse instrumento sempre afeta em maior ou menor medida a credibilidade do sistema financeiro.

Avestruz – Tombini declarou também que a autoridade monetária “não faz papel de avestruz na fiscalização dos bancos”. Em resposta a parlamentares, ele completou que o BC tem reforçado sua capacidade em atuar preventivamente no sistema financeiro. “Nossa capacidade de identificar inconsistências contábeis tem sido fortalecida”, argumentou.

Segundo o economista, a atividade de fiscalização requer uma grande habilidade por parte do BC – haja vista que a instituição tem endereçar os problemas de alguns bancos sem colocar em risco a estabilidade do sistema financeiro. “O BC não entra em questões de negociação. Mas se não houver solução de mercado, vamos dar uma solução final. Estamos utilizando o aparato da fiscalização para endereçar casos concretos de uma maneira serena”, acrescentou. O presidente da autoridade monetária disse ainda que a atuação do BC é cotidiana e citou o uso de um conjunto de ferramentas variado desde a crise de 2008.

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Atividade – Tombini comentou que o Brasil possui condição favorável de financiamento do balanço de pagamentos. “Construímos um colchão de liquidez de moeda estrangeira”, pontuou, o que gera situação confortável no tocante à vulnerabilidade externa. Ele fez a avaliação ao comentar que há “vários indicadores” no país que atestam a resiliência da economia doméstica e enfatizou que o sistema financeiro nacional é considerado um dos mais bem avaliados entre os países do G-20 – e tem sido fonte de estabilidade para a economia brasileira.

O presidente do BC citou também a capacidade da indústria e do agronegócio locais de atraírem “somas vultosas” de investimento estrangeiro. Ele lembrou que o Brasil é o quarto destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED), depois de Estados Unidos, China e da Europa.

Investimento – Apesar do baixo desempenho da formação bruta de capital fixo no país nos últimos trimestres, o presidente do Banco Central avalia que os investimentos devem “deslanchar nos próximos meses e semestres”. Segundo ele, as condições para uma economia mais competitiva incluem a estabilidade monetária, mas também o custo da energia, do capital e a necessidade de algumas desonerações onde forem possíveis.

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“O diagnóstico é claro, medidas estão sendo tomadas, e investimentos irão deslanchar nos próximos meses e semestres”, enfatizou Tombini, em audiência pública no Senado. “Com confiança e estabilidade, o investimento poderá continuar crescendo mais rápido que a economia”, completou.

Sobre a inflação, o presidente da autoridade monetária disse que o regime de metas tem sido bastante instrumental. Ele lembrou, no entanto, que o BC ainda está lidando com alguns choques de oferta da inflação. “Por isso, a melhor estratégia para conduzirmos inflação para meta no próximo ano é uma estabilidade nas condições monetárias por um período suficientemente prolongado”, afirmou, repetindo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). “Um conjunto de fatores fazem com que essa seja a estratégia mais adequada”, concluiu.

No tocante ao câmbio, ele disse que houve mudanças nos últimos doze meses. “Está mais depreciado do que estava lá atrás”, comparou. Ele destacou aos parlamentares que o câmbio real interessa mais que o nominal e argumentou que o que se ganha com a desvalorização do câmbio se perde com a inflação. Segundo Tombini, independente de qualquer movimento que tenha ocorrido, tem que ser preservado o controle da inflação.

(com Estadão Conteúdo)

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