Nesta quarta-feira, a Mega-Sena pode pagar 130 milhões de reais para quem acertar as seis dezenas do sorteio. De acordo com a Caixa Econômica Federal, além de ser o maior prêmio do ano, esse também será o segundo maior prêmio da história da Mega. Para aproveitar da melhor maneira possível essa dinheirama, o professor de Finanças do Ibmec/MG Ricardo Couto deu algumas dicas aos apostadores.

De início, vale lembrar que tudo depende do perfil do vencedor. “Temos que avaliar seu apetite ao risco, o quanto ele está disposto a se arriscar”, diz o professor. Em segundo lugar, é preciso reservar espaço para a autoindulgência – não é todo dia, afinal, que se ganha 130 milhões de reais. Couto acredita que o gasto com a realização de um sonho, como um novo imóvel, não deve passar de uma faixa entre 5 milhões e 10 milhões de reais.

Ainda sobram 120 milhões de reais – e é preciso que esse dinheiro tenha liquidez. É hora, então, de começar a fazer esse dinheiro render para engordar a carteira. Couto explica que, hoje, investir na poupança é uma furada. “A poupança é símbolo do pior investimento porque ela rende menos do que a inflação”, explica. O Brasil deve fechar 2015 com inflação em torno de 10%.

Para o professor, o melhor a se fazer é investir o dinheiro em renda fixa ou em títulos do tesouro, que rendem o IPCA + 7,5% ao ano, ou até mesmo títulos indexados à inflação, que acompanham o índice de preços.

Mas Couto vai além e sugere que o vencedor pode se voltar para aplicações fora do país. “Fundos de ações, SP&500 (indicador de referência da bolsa americana) e a própria moeda também são investimentos interessantes”, explica, dizendo que há um ganho da diversificação de risco.

Se o vencedor quiser garantir uma renda mensal de, por exemplo, 100 mil reais – e sem perder arriscar o dinheiro do prêmio -, é necessário um investimento que dê retorno do IPCA + 1% ao ano. “E para aumentar esse retorno, ele precisaria entrar em investimentos melhores, de renda fixa (como o Tesouro) e talvez buscar instrumentos financeiros com um pouco mais de risco, recomenda o professor. “Mas aí é preciso abrir mão da segurança e investir também em fundos multimercados e commodities.” Ou seja: até quem tem 130 milhões de reais sobrando tem trabalho com o dinheiro.

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Letras da multiplicação – Fabio Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas, apresenta ainda a sugestão de o vencedor investir o dinheiro do prêmio e ficar 12 milhões de reais mais rico em dois anos – e sem mexer nos 130 milhões de reais da Mega-Sena.

Em uma aplicação em títulos do Tesouro batizados de NTN-B, com vencimento em 2019, que rendem 6,88% ao ano, ao fim desses dois anos, o sortudo teria 142 milhões de reais. Ou seja, em dois anos, o vencedor teria adicionado 12 milhões de reais à fortuna, faturando 523,2 mil por mês e preservando os 130 milhões em sua conta. Ele faz a ressalva de que essa conta é aproximada e que outros fatores precisam ser levados em consideração.

Outra possibilidade, diz Gallo, é empreender. “Com esse dinheiro dá para comprar franquias”, afirma.