Rio Tinto coloca à venda US$ 8 bi em ativos de alumínio
Analistas acreditam que a empresa quer transferir ainda mais recursos para minério de ferro, que hoje representa quase 80% de suas receitas
A mineradora global Rio Tinto sinalizou nesta segunda-feira um recuo importante de seu negócio de alumínio, colocando cerca de 8 bilhões de dólares em ativos à venda em seis países, apenas quatro anos após a compra da gigante de alumínio Alcan por 38 bilhões de dólares.
A Rio Tinto informou que planeja vender 13 unidades, incluindo fundições e refinarias de alumina, em um movimento imediatamente interpretado como uma forma de transferir ainda mais recursos para minério de ferro, que hoje representa quase 80% das receitas do grupo.
A venda – que deixará o negócio de alumínio remanescente da Rio Tinto centrado principalmente em sua mais rentável operação canadense – foi acordada para ajudar o grupo a mais que dobrar suas margens de ganho com alumínio para 40% até 2015. “O único jeito que eles podem conseguir isso é se livrando de todos esses ativos que nunca poderão ser de classe mundial”, disse o analista de recursos Peter Chilton, da Constellation Capital Management.
“Nós não temos nenhuma pressa (para vender),” disse a presidente-executiva da Rio Tinto Alcan, Jacynthe Cote, em teleconferência após o anúncio. Ela se recusou a dizer se a Rio Tinto já está em conversações com potenciais compradores.
A companhia afirmou que irá considerar uma gama de opções para alienar os ativos, o que pode incluir listá-los como uma empresa separada, cisão em uma nova empresa para os acionistas da Rio Tinto ou encontrar compradores para os ativos. Segundo a Rio Tinto, serão vendidos ativos na Austrália, Nova Zelândia, França, Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha.
O grupo disse ainda que uma nova unidade, a Pacific Aluminium, irá reunir as seis unidades na Austrália e Nova Zelândia a serem colocadas à venda, incluindo a mina de bauxita Austrália Gove e a refinaria de alumina e fundição Tomago e suas fundições na Nova Zelândia.
As unidades da mineradora na França, Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha a serem alienadas continuarão a ser geridas pela canadense Rio Tinto Alcan.
(com Reuters)