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Raghuram Rajan: ‘O BC da Índia não depende do governo’

Em evento na cidade suíça de St Gallen, presidente da autoridade monetária tentou esquivar-se das críticas de ingerência às vésperas das eleições presidenciais em seu país

Por Ana Clara Costa, de St Gallen
9 Maio 2014, 14h55

O presidente do Banco Central da Índia (RBI, na sigla em inglês), Raghuram Rajan, afirmou nesta sexta-feira, durante simpósio promovido pela Universidade de St Gallen, na Suíça, que o governo indiano não interfere na política monetária do BC. A afirmação de Rajan vem em resposta às críticas de que a política de combate à inflação que deve ser adotada por sua gestão tem o carimbo do governo indiano. “Eu determino a política, eu digo como as coisas vão ser. Mas eles têm o poder de me tirar do BC”, afirmou o economista, que também foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e um dos que alertou, ainda em 2007, sobre a probabilidade de uma grave crise financeira.

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As críticas a Rajan em seu país de origem tiveram início quando o economista cogitou colocar em prática um modelo de controle inflacionário considerado padrão em países que passaram por longos períodos de descontrole de preços, como o Brasil: trata-se do regime de metas. No caso da Índia, a proposta de centro da meta é de 4%, com uma tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo – muito similar com a meta praticada no Brasil.

A origem das críticas de ingerência é justamente o fato de um deputado ter enviado a Rajan um plano de detalhado de metas, tendo em vista que a inflação na Índia ultrapassa 8% ao ano. Apesar do sucesso do regime de metas em outros países, o congresso indiano não parece interessado em aplicá-lo por achar a medida “impopular” e restritiva em relação ao crescimento econômico. Rajan ainda não aceitou formalmente a sugestão, mas afirmou que está inclinado a fazê-lo.

O principal obstáculo para Rajan é o fato de a Índia ter eleições presidenciais dentro de uma semana. O partido favorito é o de Bharatiya Janata, candidato que promete trabalhar para a explosão do crescimento econômico indiano — ideia não muito alinhada com a política de alta dos juros que a Índia terá de implementar se quiser adotar uma política de metas de inflação. Assim, a permanência de Rajan no cargo de presidente do BC está longe de estar garantida nos próximos meses. A taxa de juros na Índia está no patamar de 8%, após um aumento de 0.25 em janeiro — um movimento que surpreendeu o mercado (que esperava a estabilidade dos juros em 7,75%) e causou a ira de políticos do país.

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Rajan discursou na palestra mais esperada do simpósio de St Gallen. Mas, devido à proximidade das eleições, decidiu não falar com a imprensa. O economista também proibiu a entrada de jornalistas no workshop que presidiu na universidade sobre política monetária.

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