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Programa de governo de Marina pode ser ruim para a indústria, diz banco

Segundo relatório do Citibank, programa é favorável para instituições financeiras, que deverão assumir parte da posição do governo como indutor do crescimento

Por Da Redação
2 set 2014, 17h53

O programa de governo da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, divulgado na sexta-feira, pode trazer benefícios a bancos privados e a concessionárias de infraestrutura, caso a candidata saia vencedora. Contudo, pode ser negativo para algumas empresas do setor industrial, apontaram analistas do Citibank em relatório nesta terça-feira.

Os analistas Stephen Graham e Fernando Siqueira afirmaram que o programa da candidata é economicamente conservador e socialmente liberal, mesclando sustentabilidade social e ambiental com políticas fiscal e monetária ortodoxas. Os analistas apontam que as propostas são uma resposta direta às críticas do mercado à política econômica da presidente Dilma. Além disso, as mudanças nas políticas fiscal e monetária, segundo o Citi, podem exigir medidas duras a partir de 2015. “Provavelmente essas políticas envolvem movimentos iniciais dolorosos nas taxas de juros, impostos, gastos públicos e nos empréstimos dos bancos públicos que podem manter a economia crescendo em marcha lenta em 2015.”

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Para o banco, a proposta de Marina de desconcentrar o crédito corporativo, com redução do papel dos bancos públicos, traria mais espaço para os bancos privados crescerem. No setor de infraestrutura, concessionárias como CCR, Ecorodovias, Arteris, Cosan e ALL são potenciais beneficiárias, uma vez que o programa prevê “recorrer mais fortemente a parcerias público-privadas (PPPs) e a licitações de concessões”.

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A Cosan e a São Martinho também poderiam ser favorecidas pelo foco do programa em biocombustíveis, afirmaram os analistas, o que pode representar uma melhora no setor de etanol como um todo. O Citi destacou ainda que o programa do PSB para o comércio exterior prevê a revisão das políticas de conteúdo local para as indústrias automotiva e de petróleo e o estabelecimento de datas claras para o término e revisão periódicas das barreiras à importação. Segundo os analistas, tais propostas podem ser negativas para determinados segmentos da indústria, como as siderúrgicas Gerdau, Usiminas e CSN, a petroquímica Braskem, a empresa de materiais de construção Duratex e a empresa de produtos farmacêuticos Hypermarcas, entre outras. O contrário ocorreria com a Petrobras que, por sua vez, poderia tirar proveito de uma eventual redução de regras para conteúdo local que atualmente elevam seus custos de investimento.

Os analistas apontam, contudo, ambiguidades no programa, principalmente em relação ao plano do PSB para acomodar os gastos na meta fiscal. A promessa de construir 4 milhões de moradias até 2018 no programa Minha Casa, Minha Vida é positiva para MRV, Direcional Engenharia, Cyrela e Gafisa. No entanto, a proposta “entra em conflito com a intenção de reduzir o déficit federal e tirar a ênfase do crédito via bancos públicos”, escreveram os analistas do Citi.

(Com Reuters)

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