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Plano da Petrobras prevê corte de até 40% nos investimentos

Planejamento previsto de 2015 a 2019 foi ajustado à nova realidade da estatal, que enfrenta dificuldades por causa da queda no preço do petróleo e dos desdobramentos da Lava Jato

Por Da Redação
24 jun 2015, 10h30

A Petrobras prevê um corte no plano de investimentos da ordem de 40% para o período de 2015 a 2019, com um novo orçamento em torno de 130 bilhões de dólares, noticiou o jornal o Estado de S. Paulo na edição desta quarta-feira. No ano passado, quando a empresa ainda era presidida por Graça Foster, a meta de investimento era de 220,4 bilhões de dólares em cinco anos. Mas, diante das dificuldades financeiras da petroleira decorrentes da queda no preço do petróleo e dos desdobramentos da Operação Lava Jato, a nova gestão preferiu adotar uma redução drástica do orçamento, em linha com as expectativas do mercado.

A proposta será analisada pelo Conselho de Administração nesta sexta-feira, mas é possível que o colegiado não chegue a uma conclusão e a divulgação do valor seja adiada. Os conselheiros podem precisar de mais de um encontro para chegar a um número definitivo.

Após a divulgação do tamanho do corte pelo jornal, a Petrobras soltou uma nota dizendo que o plano de negócios e gestão relativo aos anos de 2015 a 2019 ainda está em fase de elaboração.

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“Um corte de 30% a 40% ajudaria a empresa a melhorar a situação financeira com impacto de curto prazo. Seria a principal sinalização para retomar a credibilidade, já que um corte menor traria impacto sobre o rating (classificação de risco) da companhia. Com menos investimento, a empresa reduz também o potencial de receitas futuras”, avaliou Walter de Vitto, da consultoria Tendências.

Apesar de os conselheiros indicados pela União conseguirem aprovar sozinhos o plano de negócios, o projeto encontra resistência entre os sindicalistas representantes dos trabalhadores, que ameaçam entrar em greve e interromper a produção, caso os cortes e a venda de ativos sejam tão grandes a ponto de configurar o que, segundo eles, seria uma “privatização disfarçada” da empresa. A decisão será tomada hoje, em reunião na sede da CUT, no Rio.

Argumentação – Na tentativa de vencer a resistência, a diretoria da petroleira iniciou, na semana passada, uma série de encontros com sindicatos para argumentar sobre a necessidade dos cortes, incluindo o de pessoal, que deve atingir principalmente os terceirizados. O argumento é que falta dinheiro e não há saída senão encolher a Petrobras. A empresa deixará de ser uma empresa de energia integrada, com atuação do poço ao posto, para se tornar uma companhia, prioritariamente, de exploração e produção de petróleo e gás natural.

O plano de negócios traz projeções pessimistas para o dólar e para a cotação internacional do petróleo, que só dificultam a execução dos projetos da empresa. Quanto mais valiosa a moeda americana em relação ao real, mais a empresa gasta para importar combustíveis. Ao mesmo tempo, quanto menor o preço do barril, menos valem os ativos da companhia.

Daqui para a frente, a Petrobras vai focar na atividade de exploração e produção e abandonará projetos dos segmentos de abastecimento. Algumas áreas de exploração e produção também serão oferecidas ao mercado. A estatal se voltará para o pré-sal, onde o custo de extração é hoje inferior ao de outras reservas e, por isso, é mais rentável, mesmo em períodos de baixa cotação do petróleo.

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Por enquanto, não há perspectiva de o projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) – que prevê mudanças na Lei da Partilha – ter grande efeito no plano de negócios da empresa. Qualquer mudança na legislação pesará sobre projetos que estão por vir e ainda não estão no radar de investimentos. Hoje, a lei obriga a estatal a participar em pelo menos 30% de todo investimento no pré-sal.

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(Com Estadão Conteúdo)

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