Petrobras nega declarações de ex-presidente sobre contratos e aditivos da Abreu e Lima
José Sérgio Gabrielli afirmou em depoimento à CPI que refinaria não submetia decisões ao conselho e à diretoria da empresa
José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras entre os anos de 2005 e 2011, afirmou em depoimento à CPI do Senado, que os aditivos ao contrato da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, só passavam pela avaliação da do conselho da refinaria, que tomava decisões por conta própria, sem submetê-las ao conselho e à diretoria da estatal. Ao deixar a sessão, Gabrielli reforçou que a refinaria funcionava como uma subsidiária da Petrobras, como a BR Distribuidora, por isso tinha competência para tomar decisões. “A diretoria e o conselho da Petrobras acompanham os resultados finais”, disse o ex-presidente da companhia.
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Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, a Petrobras negou as informações de Gabrielli: “A Petrobras esclarece que todos os contratos e aditivos da Rnest, inclusive os assinados até 16/12/2013 por ocasião de sua incorporação, foram submetidos previamente aos órgãos competentes da Petrobras para autorização interna e recomendação para aprovação da Rnest, observadas as análises técnicas, comerciais, tributárias e jurídicas pertinentes, conforme modelo de governança do Sistema Petrobras. Sendo assim, está equivocada a informação de que a Petrobras não analisou os contratos e aditivos da Rnest”.
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Histórico – A refinaria de Abreu e Lima, também conhecida como Refinaria do Nordeste (Rnest), custou a Petrobras 40 bilhões de reais, valor 36 bilhões superior ao estimado no início do projeto (4 bilhões de reais), segundo o jornal Valor Econômico. A empresa já é amplamente criticada pela diferença gritante de gastos, mas o que chama a atenção agora é que a estatal começou a gastar mais do que o previsto antes mesmo de seu Conselho de Administração aprovar os estudos de viabilidade econômico-financeira, essenciais para visualizar detalhes que ditam se vale a pena ou não tocar as obras.