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Petrobras corre o risco de perder grau de investimento, diz Moody’s

Segundo a agência, manutenção da nota dependerá diretamente da capacidade do Tesouro Nacional de financiar a empresa

Por Da Redação
4 dez 2014, 21h36

A Petrobras corre o risco de ser excluída do seleto grupo de empresas com acesso a grandes investidores internacionais, como fundos de pensão e de investimento. O alerta foi feito nesta quinta-feira pela vice-presidente e analista sênior da agência de classificação de risco Moody’s, Nymia Cortes de Almeida.

Um dia depois de rebaixar a nota individual da empresa de baa3 para ba1, a agência informou que “há a possibilidade” também de rebaixamento da nota global da Petrobras, que, com isso, poderá perder o selo de grau de investimento. Tudo vai depender da capacidade do Tesouro Nacional de apoiar a estatal caso ela tenha dificuldade de arcar com compromissos financeiros e de captar recursos no exterior que garantam a continuidade do pesado plano de investimentos para os próximos anos.

A agência enxerga dois riscos para a empresa. Primeiro, o de não conseguir atender às exigências impostas pela auditora financeira PricewaterhouseCoopers (PwC) e, com isso, perder a confiança dos investidores e a liquidez. O segundo é de, ao mesmo tempo, a União, principal acionista da estatal, ter dificuldade de acesso a recursos do mercado.

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A PwC se negou a validar o resultado financeiro da petroleira relativo ao terceiro trimestre deste ano diante das denúncias de existência de um esquema de corrupção na empresa, investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. A auditoria fez uma série de exigências de controle interno à companhia. A avaliação da Moody’s é que a primeira medida da empresa em resposta à PwC, a de criação de uma diretoria de governança corporativa, é muito positiva, mas acredita também que a medida não é suficiente e que o restabelecimento da confiança do mercado não acontecerá rapidamente.

Vice-presidente e analista sênior da agência, Nymia Cortes de Almeida reconhece ser “alto” o apoio do governo à petroleira, por causa da importância da empresa para a economia nacional. “Mas, se a gente imaginar que esse apoio pode ser menor do que o necessário, a nota global da empresa poderá ser rebaixada”, afirmou.

Não só o desempenho da nova equipe econômica da presidente reeleita Dilma Rousseff poderá afetar a nota da Petrobras, mas, principalmente, a demonstração do Tesouro de que se mantém capaz de ter acesso ao mercado. Segundo Nymia Cortes, a avaliação do risco da empresa não depende tanto do alcance das metas de crescimento econômico, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), ou do superávit primário. A agência vai observar nos próximos meses, principalmente, a facilidade da União de obter recursos.

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Para a Petrobras perder o selo de grau de investimento, teria que ser rebaixada em um nível e meio, o que reduziria o acesso da petroleira ao mercado e ainda tornaria mais caro qualquer financiamento. A Moody’s já rebaixou na última quarta-feira a classificação individual da Petrobras, de baa3 para ba1. Neste caso, avalia apenas a gestão da companhia, independentemente de um possível apoio do governo. A nota global da companhia permanece em Baa2, com perspectiva negativa.

Nymia disse acreditar na afirmação do diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, de que a companhia tem dinheiro em caixa suficiente para não precisar ir a mercado nos próximos seis meses. No entanto, ela considera que esse prazo é curto para uma companhia com a dimensão e os desafios de investimento da Petrobras.

(Com Estadão Conteúdo)

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