SÃO PAULO, 22 de julho (Reuters) – Passada a euforia da véspera, após a aprovação de um segundo pacote de resgate à Grécia, investidores mostravam hesitação nesta sexta-feira, analisando os detalhes da ajuda e questionando se de fato o socorro a Atenas impedirá uma crise maior na zona do euro e no mundo.
Durante uma cúpula na quinta-feira, os líderes da zona do euro prometeram um segundo pacote de resgate de 109 bilhões de euros (157 bilhões de dólares) ao governo grego, mais uma contribuição de detentores de bônus do setor privado que deve chegar a 50 bilhões de euros até meados de 2014.
Parte do mercado entendeu os novos financiamentos como um tipo de default. A agência de classificação de risco Fitch, por exemplo, disse que colocará a Grécia em default quando as trocas de bônus previstas forem concluídas, mas que os novos ratings serão de baixo grau especulativo.
De todo modo, a tomada de decisão sobre a Grécia diminuiu as incertezas dos agentes, o que patrocinou alguma recuperação nas principais ações europeias. Nos Estados Unidos, contudo, prevalecia um tom cauteloso após os últimos balanços corporativos mostrarem um quadro de recuperação ainda misto.
Os resultados de GE e McDonald’s superaram as expectativas, mas Caterpillar e Microsoft decepcionaram.
Os mercados também monitoravam as negociações sobre a elevação do teto da dívida dos EUA. O presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, o republicano John Boehner, disse ainda não estar próximo de um acordo com o presidente Barack Obama, que foi taxativo ao dizer que o default não é uma opção.
No Brasil, o Ibovespa tinha um dia volátil, operando no momento em leve alta. As blue chips era destaque.
As ações da Vale avançavam, após a mineradora anunciar o investimento de 3,5 bilhões de reais para melhorar a infraestrutura logística em São Paulo nos próximos três anos.
Petrobras também subia, com investidores à espera da reunião do Conselho de Administração da estatal nesta sexta-feira para analisar o plano de investimentos de 2011 a 2015.
Do lado cambial, o dólar mostrava leve queda, mas também tinha um dia volátil. Investidores avaliavam a postura do Banco Central ante o mercado, conforme a moeda era cotada em torno das mínimas desde 1999.
A escassez de notícias internas favorecia a estabilidade nos juros futuros, com os agentes à espera principalmente da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic foi elevada a 12,50 por cento ao ano.
Veja a variação dos principais mercados às 12h50 desta sexta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,5532 real, em queda de 0,14 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa subia 0,41 por cento, para 60.508 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 1,95 bilhão de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 0,17 por cento, a pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2012 apontava 12,47 por cento ao ano, ante 12,47 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,4367 dólar, ante 1,4421 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia a 136,438 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,67 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 2 pontos, para 159 pontos-básicos. O EMBI+ recuava 2 pontos, a 271 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 0,28 por cento, a 12.688 pontos; o S&P 500 recuava 0,05 por cento, a 1.343 pontos, e o Nasdaq subia 0,33 por cento, a 2.843 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo avançava 0,32 dólar, ou 0,32 por cento, a 99,45 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,9878 por cento ante 3,014 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Silvio Cascione)
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