OCDE mantém previsão de alta de 2,5% do PIB do Brasil em 2013
Para a instituição, inflação deve desacelerar em 2014, mas déficit das contas públicas vai piorar
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) manteve a previsão de que a economia brasileira crescerá a um ritmo de 2,5% em 2013. A previsão consta do relatório anual OCDE Economic Outlook, divulgado nesta terça-feira em Paris. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é a mesma divulgada em outubro, quando a Organização realizou o evento no Brasil. Para 2014, a OCDE prevê ritmo ligeiramente mais fraco, com expansão do PIB de 2,2%.
No documento, a OCDE avalia que, após o PIB avançar apenas 0,9% em 2012, “a economia começa a crescer na esteira do investimento mais forte”. Outro ponto que favorece a atividade é o aumento das exportações, fenômeno impulsionado pela recente desvalorização do real ante o dólar. A OCDE também apresentou sua estimativa para o PIB em 2015, ano que espera expansão de 2,5%.
Com relação à inflação ao consumidor, a organização aposta em 5,9% ao final do ano e 5% em 2014. Para 2015, porém, os preços voltam a subir com um pouco mais de força e o IPCA deve chegar a 5,1%, se distanciando novamente do centro da meta de inflação (4,5%).
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Sobre as contas públicas do país, a OCDE trabalha com cenário de deterioração da política fiscal. Para 2013, a organização prevê déficit nominal equivalente a 2,6% do PIB. Se confirmado, o número é maior do que o visto no ano passado, quando o setor público consolidado amargou déficit nominal de 2,47% do PIB. A situação deve piorar ainda mais em 2014, ano de eleições presidenciais no Brasil, quando a OCDE prevê déficit nominal de 2,7% do PIB. O mesmo porcentual deve se repetir em 2015.
A OCDE também anunciou previsões para a conta de transações correntes. O indicador que mede as operações entre o Brasil e o exterior deve terminar com saldo negativo equivalente a 3,6% em 2013, bem mais que o déficit de conta corrente de 2,4% registrado em 2012. Nos próximos dois anos, o rombo deve diminuir: 3,3% em 2014 e 3,2% do PIB em 2015.
Mundo – A organização, com sede em Paris, estimou que a economia mundial irá crescer 3,6% no próximo ano. Os emergentes estão desacelerando e os países desenvolvidos enfrentam dificuldades para recuperar o ímpeto após anos de crises de dívida.
No caso da China, o crescimento econômico anual esperado é de 7,7% este ano e 8,2% em 2014, impulsionado pela demanda doméstica mais forte. “O crescimento está acelerando e a inflação continua baixa, a demanda doméstica tem levado a uma mudança”, disse a OCDE. O governo chinês espera crescimento de 7,5% em 2013.
(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)