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Na passeata pelos royalties, os ‘caras-pintadas’ usam azul e branco

Servidores públicos são maioria no protesto convocado pelo governo do estado contra a mudança na partilha de tributos do petróleo

Por Leo Pinheiro
10 nov 2011, 16h59

Formada principalmente por servidores públicos de cidades que se beneficiam dos royalties do petróleo, a passeata convocada pelo governo do Rio, contra a mudança na partilha dos recursos, começou a ganhar corpo no centro da cidade por volta das 15h desta quinta-feira. Sob sol forte, os manifestantes se aglomeram na altura da Candelária, de onde partirá uma caminhada até a Cinelândia, na outra extremidade da Avenida Rio Branco.

O protesto retoma uma tradição das grandes mobilizações populares: os caras-pintada, que marcaram a marcha que pediu o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Desta vez, no entanto, o verde e o amarelo deram lugar ao azul e ao branco – cores da bandeira do estado do Rio.

Cerca de dez carros de som aguardam próximos da Candelária para a passeata. O som que mais se ouve, e o que mais anima a multidão, é o funk, vindo de um carro da equipe Furacão 2000.

Concentração da passeata contra a mudança na partilha dos royalteis, no centro do Rio
Concentração da passeata contra a mudança na partilha dos royalteis, no centro do Rio (VEJA)

Como se esperava, a decretação de ponto facultativo em repartições do estado e dos municípios beneficiados com os royalties são maioria. Só do município de Macaé – que concentra a maior parte das instalações para a exploração na Bacia de Campos – vieram 122 ônibus. A cidade, também chamada de ‘capital do petróleo’, é um exemplo de como essa indústria beneficia e afeta negativamente as regiões próximas da exploração. Secretário de Meio Ambiente de Macaé, Maxwell Vaz estima em cerca de 3.500 pessoas o grupo que partiu nas primeiras hora da manhã para o ato no Rio.

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“Macaé sofre um inchaço. Cerca de 60% dos moradores de Macaé não são fluminenses. A maior parte vem do interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste. No bairro Lagomar, em 10 anos, aglomeraram-se 40 mil pessoas”, explica, dando exemplo de como a perda dos royalties pode prejudicar a cidade.

Grande parte da caravana de Macaé adota como ‘uniforme’ camisetas com a inscrição “O impacto é nosso. Os royalties também”.

Há no protesto muito de defesa do município, mas também preocupações com o horizonte pessoal dos servidores. Tatiani Souza, 31, professora municipal de Macaé, deu sua versão para o que pode ser a ‘tragédia’ da mudança na distribuição dos recursos. “Se o royalty acabar, nossa luta vai ficar enfraquecida. Nosso salário vai ficar estagnado. Não teremos aumento por muitos anos”, disse.

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