Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Na farmacêutica Biolab, briga entre irmãos não tem remédio

Sócio Fernando de Castro Marques sofre mais um revés na Justiça e deve ser excluído definitivamente da sociedade

Por Ana Clara Costa
21 Maio 2015, 16h43

Atualizada em 26 de maio

Os grupos farmacêuticos União Química e Biolab são dois dos maiores expoentes do setor no país, mas uma briga societária vem atravancando seu avanço para fazer frente a gigantes como EMS e Eurofarma. Os três irmãos herdeiros Fernando, Cleiton e Paulo de Castro Marques se engalfinham na Justiça por discordâncias sobre a fatia que cada um detém na Biolab. Na quarta-feira, mais um capítulo dessa briga se concluiu. O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença que excluía um dos irmãos, Fernando de Castro de Marques, da sociedade. A exclusão foi noticiada pelo site de VEJA no ano pasado. Fernando recorreu e acaba de perder.

Em 2012, uma decisão da assembleia de acionistas da Biolab votou justamente pela exclusão do irmão da sociedade – alegando justa causa. O empresário pediu a anulação da decisão, que foi negada pelo juiz Guilherme Dezem, da 44ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, em junho de 2014. A sentença desta quarta se refere ao pedido de ação anulatória da decisão da assembleia, feita por Fernando no ano passado. Pessoas próximas da família encaram a saída do irmão da sociedade como certa após mais esse revés na Justiça, faltando apenas definir por quanto ele negociará sua fatia na companhia, que corresponde a 27,5% do capital. O site de VEJA apurou que Fernando pede cerca de 800 milhões de reais, enquanto seus dois irmãos acham que o valor justo está em torno de 200 milhões de reais. Paulo e Cleiton são representados pelo escritório de advocacia Arap, Nishi & Uyeda, enquanto Fernando é assessorado pelo Pereira, Neto & Macedo.

Histórico – Fernando controla 62% da União Química, que foi comprada por seu pai, João Marques de Paulo, em 1971. Já Cleiton e Paulo estão no comando da Biolab, que nasceu independente da União Química, em 1997. Os irmãos detêm participação acionária nas duas empresas, mas jamais conseguiram chegar a um acordo sobre como dividir o patrimônio após a morte do patriarca. Cleiton sempre esteve à frente da Biolab, enquanto Fernando, considerado o “irmão-enxaqueca” no seio familiar, preferiu continuar na União Química. Paulo ocupava o cargo de diretor industrial nas duas empresas, mas abriu mão da firma paterna para assumir, juntamente com Cleiton, apenas a Biolab. Os três brigam pela Biolab desde 2008. Os dois irmãos não querem Fernando na sociedade. Ele, por sua vez, pede um valor considerado alto demais para vender sua participação. A União Química faturou cerca de 800 milhões de reais em 2014, enquanto a Biolab teve receita líquida de cerca de 1 bilhão de reais.

Continua após a publicidade

A exclusão do irmão da sociedade tem como base o argumento de justa causa. O juiz entendeu que Fernando praticou concorrência desleal contra a Biolab pelo fato de a União Química ter produzido o medicamento Revita Jr, exatamente igual ao Revitam Junior, fabricado pela Biolab. Ainda segundo o juiz, também configura justa causa “o voto contrário do autor ao pedido de autorização feito pelos sócios para investimentos de 100 milhões de reais na joint-venture Orygen” para a fabricação de biossimilares, o que prejudica diretamente a atuação da empresa no setor. Na visão do juiz, a postura de Fernando “canibaliza” o conglomerado do qual ele também é dono.

Atualização em 26 de maio

A União Química afirmou, em nota, que o sócio Fernando Castro Marques recorrerá da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que o exclui da sociedade da Biolab. Ainda segundo a empresa, o valor ofertado pelos dois irmãos para compra da parte de Fernando na Biolab é de 160 milhões de reais. O executivo também nega que tenha havido concorrência desleal em relação aos medicamentos Revita Jr e Revitam e afirma que se posicionou contra os aportes na Orygen porque os investimentos previstos eram muito vultosos e as demais empresas presentes na joint-venture não haviam aportado suas respectivas parcelas de capital.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.