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Retórica protecionista nos EUA pode complicar agenda comercial de Temer

Em compensação, a América Latina se volta para governos mais pragmáticos e menos ideológicos, interessados em fortalecer suas economias com a ajuda do comércio exterior

Por Da Redação
16 Maio 2016, 12h32

A mudança na política externa brasileira, em favor de maior abertura econômica, ocorre no momento em que os Estados Unidos estão dominados por uma retórica eleitoral protecionista e antiglobalização, o que deve dificultar o fechamento de acordos de livre comércio pelo Brasil. Em compensação, a América Latina se volta para governos mais pragmáticos e menos ideológicos, interessados em fortalecer suas economias com a ajuda do comércio exterior.

Os EUA e a região são os principais destinos das exportações de produtos industrializados do Brasil e poderiam ter papel fundamental no processo de retomada do crescimento, analisa Mauricio Mesquita Moreira, economista-chefe do Setor de Integração e Comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e um dos principais especialistas no assunto da região. “O triste é que nós esperamos o ciclo político em relação ao comércio virar completamente nos Estados Unidos. Hoje, o clima nessa área é mais favorável na América Latina.”

Bandeira – Candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA, Donald Trump transformou o ataque à abertura comercial em uma de suas principais bandeiras de campanha. O bilionário sustenta que a derrubada de barreiras levou à transferência de empregos americanos para o exterior e à entrada no país de produtos a preços com os quais a indústria nacional não pode competir.

Do lado democrata, o senador Bernie Sanders adotou retórica semelhante, o que forçou sua adversária Hillary Clinton a se declarar contra a Parceria Transpacífico (TPP). Maior acordo regional da história, o pacto reúne 40% do PIB mundial e ainda precisa ser aprovado pelo Congresso dos EUA.

“O governo Temer começa no momento em que há um forte sentimento antiglobalização e anticomércio nos Estados Unidos”, observou o presidente do Inter-American Dialogue, Michael Shifter. Em sua opinião, será difícil o presidente Barack Obama conseguir a ratificação do TPP pelos parlamentares americanos antes do fim do seu mandato, em janeiro.

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Mas ele vê um cenário distinto na América Latina, onde as dificuldades econômicas devem forçar os países a buscarem maior abertura comercial e mercados fora de suas fronteiras. Ainda assim, Shifter não acredita que haverá mudanças bruscas. “Seria ingênuo pensar que o Brasil ficará como o Chile ou o Peru amanhã, mas poderá dar passos nessa direção.”

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Pragmatismo – Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Wilson Center, acredita que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, adotará uma política pragmática, voltada para a obtenção de resultados econômicos que estimulem o crescimento. “Não será mais a política externa do prestígio, mas sim uma política externa que busca resultados econômicos concretos.”

Na avaliação de Sotero, o eixo da agenda do ministro será a América Latina. “O Serra tem uma ligação muito forte com a região”, afirmou, lembrando os anos em que o novo chefe do Itamaraty passou no Chile durante seu exílio.

(Com Estadão Conteúdo)

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