MMX quer revisar plano de negócios para gerar mais caixa
Medidas devem ser anunciadas no próximo dia 15 de outubro, junto com a apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre
A mineradora MMX, do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, anunciou, em comunicado divulgado ao mercado, nesta quarta-feira, que revisará seu atual plano de negócios para priorizar iniciativas que gerem caixa, levando em conta o interesse da empresa e de seus acionistas. A divulgação deve ocorrer no próximo dia 15 de outubro, junto com a apresentação dos resultados financeiros da companhia referentes ao segundo trimestre deste ano.
No mesmo documento, a MMX informou que as atividades da unidade de Serra Azul, em Minas Gerais, serão interrompidas temporariamente e que dará férias coletivas de 30 dias a seus colaboradores a partir da primeira semana de setembro. Os principais motivos, segundo a companhia, são a retração dos preços do minério de ferro no mercado internacional e restrições operacionais do órgão ambiental do Estado de Minas, às quais está engajada em tentar resolver com as autoridades competentes.
“Durante este período, a companhia atuará na busca contínua de redução de seus custos, otimização de recursos destinados à lavra e modernização de suas atuais instalações, o que garantirão melhorias significativas de eficiência no volume e qualidade no retorno da operação, mitigando desta forma o impacto da retração de preços”, informou a MMX.
Recuperação Judicial – Em outro comunicado, divulgado nesta terça-feira, a MMX negou que esteja para entrar com pedido de recuperação judicial. “Não obstante a companhia não comenta rumores de mercado nem tampouco matérias de imprensa (…), a MMX esclarece que não há qualquer deliberação em curso acerca dessa matéria junto à companhia”, disse em resposta a ofício enviado pela BM&FBovespa solicitando esclarecimentos sobre a questão. Em meio a notícias negativas sobre a empresa, os papéis negociados na bolsa brasileira terminaram em queda de 8,49% nesta quarta-feira.
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Para lembrar – A Óleo e Gás (ex-OGX) pediu no ano passado recuperação judicial, assim como a sua empresa irmã, a OSX, numa derrocada que se acelerou após a petroleira reconhecer não ter encontrado tanto petróleo como havia informado ao mercado. “A gente não sabe se a empresa (MMX) vai conseguir postergar (a recuperação judicial) por muito tempo”, disse William Araújo, executivo da equipe de análise da On Investimentos.
No último dia quatro de agosto, a MMX disse que iria transferir 10,52% das ações da companhia para o o fundo soberano Mubadala Development Company, de Abu Dhabi. Segundo fontes, Eike estava em negociações intensas com o fundo, ao qual deve cerca de 2 bilhões de dólares. A ideia do empresário era pagar parte da dívida com ativos que ainda possui – considerando que a capacidade de levantar recursos com a venda de ações diminuiu.