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Mercados aumentam pressão sobre a Espanha antes de eleições

Candidato consevador já teria ido até Angela Merkel apresentar seu plano de austeridade

Por Da Redação
15 nov 2011, 15h34

A cinco dias das eleições legislativas, a Espanha enfrenta nesta terça-feira novas tensões nos mercados. O prêmio de risco – a diferença entre o rendimento das obrigações espanholas e das alemãs a 10 anos – alcançou um novo recorde histórico desde a criação da Eurozona, a 456,2 pontos. Como consequência, a taxa espanhola a dez anos se situava em um nível perigoso, a 6,3% – uma demonstração de que o mercado na mensagem de confiança que o governo espanhol tem tentado passar nas últimas semanas.

Neste clima de incerteza, a Espanha lançou uma nova e muito esperada emissão de dívida. “Veremos se os mercados realmente deram um voto de confiança ao país”, advertiram os analistas da Bankinter. A conclusão não podia ser mais clara: o Tesouro espanhol colocou 3,158 bilhões de euros a 12 e 18 meses, mas precisou conceder taxas de 5,0255% e 5,159%, respectivamente, um recorde desde 2000, segundo a imprensa espanhola. Na quinta-feira, o país enfrenta um novo teste com a emissão prevista de 3 a 4 bilhões de euros de obrigações a dez anos.

Campanha eleitoral – Este novo episódio de tensão ocorre em plena campanha eleitoral. O conservador Partido Popular (PP, oposição), que prometeu um plano de austeridade diante da crise, é considerado o grande favorito das eleições legislativas antecipadas, após sete anos de governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero. Com porcentagens de déficit e de desemprego muito elevados e um provável retorno à recessão nos próximos meses, a Espanha acumula pontos fracos.

O líder do PP, Mariano Rajoy, assegurou nesta terça-feira em uma entrevista ao jornal El Mundo que, se for eleito, sua prioridade será dar uma mensagem de confiança aos mercados. “Não muito tempo depois (de ser empossado como presidente do governo espanhol) apresentarei um primeiro plano de medidas econômicas”, assegurou. No entanto, analistas advertem que o novo governo poderá não ter muito tempo para apresentar suas propostas, já que a pressão dos mercados não dá sinais de que irá ceder.

“Uma das primeiras leis que apresentaremos consistirá em fixar um limite ao déficit estrutural de 0,4% a partir de 2020, completando a reforma constitucional adotada em setembro para incluir a estabilidade orçamentária na lei fundamental”, afirmou Rajoy. O líder conservador também deve se reunir com os 17 governos regionais, cuja situação financeira ruim é fonte recorrente de preocupação dos mercados, para “falar de tetos de gasto e endividamento”.

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“A primeira mensagem que é preciso dar é que a Espanha leva a sério o déficit público”, insistiu, apesar de o Banco da Espanha e de a Comissão Europeia acreditarem que o país superará o objetivo fixado para este ano de 6% do PIB. “A segunda medida é a reestruturação do setor financeiro”, fragilizado desde a explosão da bolha imobiliária em 2008, afirmou Rajoy, defendendo “mais concentração” entre as entidades.

O jornal El Economista afirmava nesta terça-feira que o líder conservador viajou em duas ocasiões para a Alemanha para explicar à chanceler Angela Merkel seu programa, que inclui uma redução de 30 bilhões de euros do gasto público. Mas também, segundo a mesma fonte, começou a negociar as condições de uma ajuda financeira da União Europeia à Espanha, que pode precisar de até 100 bilhões de euros, para refinanciar sua dívida pública e recapitalizar seu setor bancário.

A Bolsa de Madri se situou durante todo o dia no vermelho e fechou em queda de 1,61%.

(Com agência France-Presse)

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