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Mantega: dólar a R$ 1,76 é melhor, mas não é ideal

Ministro afirma não saber qual é a cotação ideal e disse que valor atual da moeda melhora competitividade das exportações brasileiras

Por Da Redação
7 mar 2012, 15h54

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que o dólar no patamar de 1,76 real melhora a situação da indústria brasileira e da economia em geral. Ele enfatizou que essa cotação não é a ideal, mas evitou definir qual seria o valor mais adequado à atividade econômica do país.

O dólar subiu 1,57% na terça-feira, para 1,7640 real na venda. Foi a maior alta percentual diária frente ao real desde meados de dezembro, causada pela forte aversão a risco no cenário internacional e pela reação do mercado aos alertas do governo de que poderá agir para frear a queda da moeda norte-americana.

Ainda assim, a divisa acumulava desvalorização de 5,59% no ano até terça-feira. Nesta quarta-feira, o dólar voltou a subir, reagindo à divulgação de números fracos sobre a produção industrial brasileira em janeiro. Mantega disse que a cotação do dólar na casa de 1,76 real melhora a competitividade das exportações, “mas não é uma situação ideal.” “Não sei qual é a situação ideal”, afirmou o ministro, durante evento sobre o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2(PAC2).

Mantega afirmou que impedirá ações especulativas denominadas “carry trade”, quando um investidor pega dinheiro emprestado no exterior a uma taxa mais baixa e utiliza esse dinheiro em aplicações no Brasil, onde os juros são mais altos. “O governo está atento e tomará todas as medidas para que isso não aconteça”, afirmou.

Segundo o ministro, a atual taxação sobre os rendimentos de renda fixa, com alíquota de 6 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), já tem o objetivo de diminuir a rentabilidade do especulador.

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Medidas – O ministro afirmou ainda que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) está sendo reavaliado, a fim de que se possa apurar se o seu propósito de aplicação produtiva foi desviado para o da remuneração financeira. “Parece que não”, disse Mantega. Ele ressaltou que não há movimento para taxar o IED.

Segundo o ministro, a recente alta do dólar deve-se também a uma cautela do mercado financeiro, que busca se preservar quando o governo tem discurso firme de que tomará futuras ações. Ele disse que os aplicadores não vão apostar contra o governo, ficando vendidos no mercado futuro de câmbio, sabendo da possibilidade de perder dinheiro.

Mantega chegou a estabelecer uma periodicidade para o anúncio de ações contra a especulação e incentivar a produção. “Toda semana vamos tomando medidas para calibrar e vamos continuar tomando. Todo mês vai ter medidas para estimular a economia e corrigir eventuais distorções”.

Indústria – O ministro voltou a sustentar que 2012 será um ano difícil, com crescimento econômico mundial abaixo do ano passado, mas disse que o governo agirá para estimular a indústria e o crescimento econômico. Ele buscou minimizar o resultado da produção industrial que registrou queda de 2,1 por cento em janeiro ante dezembro.

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Para Mantega, a redução é consequência de três fatores pontuais e passageiros: uma queda na produção de ônibus e caminhões, a sazonalidade de janeiro -que é um mês mais fraco para a indústria- e a crise mundial, que afeta a indústria de todo o planeta. “Mas já temos informações de que a produção industrial de fevereiro vai sair melhor, vamos esperar os números”, afirmou.

Mantega disse ainda que o governo possui mais margem fiscal para adotar eventuais novos estímulos econômicos. “O Brasil demonstra solidez fiscal que conseguiu realizar um primário de cerca de 3 por cento do PIB (Produto Interno Bruto). Isso nos permite ter mais condições para o enfrentamento de novos desafios e temos mais margens fiscais para eventuais estímulos para garantir um crescimento maior”, disse o ministro.

(Com Reuters)

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