Julgamento de fusão de Sadia e Perdigão é adiado
Segundo o Cade, adiamento foi pedido pela Brasil Foods
O julgamento da fusão das empresas Sadia e Perdigão, que aconteceria na manhã desta quarta-feira no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), foi adiado a pedido das partes, segundo informações da assessoria de imprensa do órgão antitruste. A retomada do processo deverá ocorrer no próximo dia 29, ainda de acordo com o órgão.
Desde o voto de reprovação da fusão, emitido pelo relator do caso no Cade, Carlos Ragazzo, na última semana, a diretoria da Brasil Foods (empresa resultante do negócio) vem pedindo ao órgão um prazo maior para tentar convencer os conselheiros que ainda não votaram em aprovar a fusão – mesmo que com altas restrições. O pedido do presidente da empresa, José Antonio do Prado Fay, foi feito formalmente na segunda-feira e acatado nesta quarta-feira pelo conselheiro Ricardo Ruiz.
Sequência de adiamentos – O julgamento da fusão foi inicialmente suspenso, na última semana, porque o conselheiro Ricardo Ruiz pediu mais prazo para avaliar o processo. Após a manifestação contrária à fusão do relator Ragazzo, analistas apontam que há poucos cenários possíveis – e nenhum deles é positivo para a companhia ou seus investidores, ainda que os consumidores possam ser beneficiados. Quatro conselheiros ainda precisam declarar seus votos e a expectativa é que nenhum deles seja menos severo que o relator. No entanto, o adiamento permitirá à companhia refazer a proposta de venda de suas marcas para tentar chegar a um acordo com o órgão. Segundo o relator, seria absolutamente necessário que a empresa se desfizesse de uma de suas principais marcas: Sadia ou Perdigão.