Itaú prevê queda de 0,4% no PIB do 1º trimestre
Projeção está relacionada, sobretudo, a resultados ruins esperados para comércio e indústria. Inflação acima do teto também não ajuda
A equipe econômica do banco Itaú Unibanco espera uma retração de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses deste ano sobre o último trimestre de 2014. Em comparação com mesmo período de 2014, a queda prevista é de 1,9%. O PIB do primeiro trimestre deverá ser divulgado no próximo dia 29 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O “fundo do poço”, no entanto, só deve ser atingido no segundo trimestre deste ano. A estimativa do Itaú é de queda de 1 % do PIB entre os meses de abril e junho sobre o período entre janeiro e março de 2015. “Isso ocorre em grande parte como um rescaldo [do desempenho] do primeiro trimestre. Março foi muito ruim. E também porque vemos que em abril [o índice] piorou mais um pouco”, afirmou o economista Felipe Salles.
A piora esperada está relacionada, sobretudo, aos resultados negativos projetados para comércio e indústria. Atrelado a isso, está a manutenção da inflação acima do teto da meta, de 6,5%, até o final deste ano. O banco prevê que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche em 8,5% em 2015 e recue para 5,5% apenas em 2016.
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“A nossa estimativa [em relação ao próximo ano] ainda é muito otimista”, comentou Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú, sobre a inflação. O analista também apontou que o Copom deve perseguir o ajuste fiscal ao longo deste ano e, por isso, a taxa Selic deve ficar no mínimo em 13,5%. “Talvez chegue a 14% como o mercado está projetando”, completou. Para 2016, no entanto, a previsão é de que ela recue a 12%.
Os economistas ainda viram com bons olhos o empenho do governo federal em aprovar as medidas de ajuste fiscal, o que pode evitar uma retração ainda maior. A presidente Dilma Rousseff reúne-se nesta segunda-feira no Palácio do Planalto com ministros e líderes do governo no Congresso para debater o corte no Orçamento de 2015, que sai até sexta-feira, e as próximas etapas das medidas do ajuste fiscal que tramitam no Legislativo. A amplitude do congelamento de despesas deve ficar entre 65 bilhões de reais e 78 bilhões de reais.
(Com Estadão Conteúdo)