Indústria planeja reduzir investimentos em 2013
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra falta de confiança na recuperação da economia e menor intenção de investimento desde 2009
A desconfiança com o ritmo de recuperação da economia vai afetar a intenção de investimentos da indústria brasileira em 2013.
Desde 2009 o empresário não estava tão pessimista. No ano passado, 86,6% disseram que fariam investimentos, mas apenas metade cumpriu a programação. Neste ano, a intenção de investimento no Brasil ou no exterior recuou 1,2 ponto porcentual para 85,4%.
A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na manhã desta terça-feira, mostra a visão de 584 empresas – 245 de grande porte, 266 médias e 73 pequenas – sobre o planejamento dos negócios para este ano.
Diante do cenário de crise no Brasil e no exterior, a falta de garantia e o risco são os maiores problemas para 44% das empresas não cumprirem com os investimentos. A queda na demanda, o aumento dos custos e as dificuldades com o crédito são outros pontos que atrapalham o planejamento.
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Segundo a pesquisa da CNI, 52,9% das empresas acreditavam que precisariam utilizar recursos próprios para investimentos no início de 2012. Mas, no final do ano, 65,8% tiveram que utilizar o próprio caixa. Houve uma brusca redução nas fontes de financiamento de bancos de fomento, como o BNDES. Apenas 18% das indústrias pesquisadas recorreram a essa linha de crédito, ante uma intenção de 29% no início do ano passado.
“Há frustração com os planos de financiamento e uma dificuldade para se obter os recursos. O financiamento está limitado”, diz Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de política econômica da CNI. Para 2013, 52% devem utilizar recursos próprios e 29,1% vão recorrer a financiamentos como os do BNDES.
Por esse motivo, apenas 20,5% das empresas projetam algum investimento no exterior. É a menor intenção de realizar a expansão internacional desde 2004, quando 35% mostraram interesse em fazer negócios em outros países.