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Inclusão digital espelha desigualdades do Brasil

Por Da Redação
31 jul 2012, 16h34

Por Vinicius Neder

Rio – O Brasil está na média mundial quando o assunto é acesso a tecnologias da comunicação, mas as desigualdades internas são grandes: o acesso em Moema, bairro nobre da zona sul da capital paulista, é tão bom quanto na Holanda. Segundo o Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (Itic), lançado nesta terça-feira no Rio pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a taxa de acesso a essas tecnologias no Brasil ficou em 51,3%, deixando o País em 72º lugar no ranking global.

O indicador, com base em dados de pesquisa global do instituto Gallup do ano passado e no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, mede o acesso das pessoas com mais de 15 anos de idade a celular, internet via computador, telefone fixo e computador sem acesso à rede. O índice agregado é uma média do acesso a cada uma das quatro tecnologias.

O Itic de Moema – considerando a região administrativa – é 93%, contra 83,9% na região administrativa da Lagoa – que engloba Leblon e Ipanema, entre outros bairros -, melhor índice do Rio. Se fosse um país, Moema seria quinta colocada no ranking mundial, atrás da Nova Zelândia e acima da Holanda. O país com o melhor Itic é a Suécia (95,8%), seguida da Islândia (95,5%). A média mundial é 49,1% e os países em pior colocação ficam em sua maioria na África.

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Além de Moema, outros oito bairros paulistanos (Jardim Paulista, Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Perdizes, Vila Mariana, Pinheiros, Saúde e Consolação) estão na frente da Lagoa. Apesar das altas taxas de alguns bairros, São Paulo e Rio estão mal colocados no ranking nacional, em 19º e 20º lugares, com 71,8% e 71,6%, respectivamente.

No ranking nacional, o estudo da FGV usa o Censo 2010 como base de dados. As melhores cidades são São Caetano do Sul (82,6%), Santos (78,2%), Florianópolis (77%), Vitória (76,6%) e Niterói (76%).

Segundo o economista Marcelo Neri, pesquisador do CPS/FGV e coordenador do estudo, essas cidades já se destacam em termos de renda per capita e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A pior cidade do País no ranking do Itic é Fernando Falcão, no Maranhão, com 3,7%.

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O pesquisador da FGV também chamou atenção para o Itic do Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte do Rio, que ficou em 50,8%, o pior do Rio, mas ainda assim acima da média nacional e mundial.

“O Complexo do Alemão é uma área pobre em uma cidade rica”, explicou Neri, completando que as áreas pobres em cidades ricas aproveitam-se da mesma infraestrutura, diferentemente das áreas rurais. Ligações ilegais de internet e telefone também podem influenciar na pesquisa. Marsilac, bairro com pior Itic em São Paulo, registrou taxa de 42,55%.

Entre as conclusões do estudo, Neri chamou atenção para a abrangência do celular em países como o Brasil. Excluído do índice o acesso à celular, o Itic do Brasil cai para 39,3%, mas sobe para 70º no ranking global.

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Dessa forma, Neri defendeu a importância de se utilizar os telefones móveis nas políticas de inclusão digital, em vez, por exemplo, de universalizar o acesso a computadores. “Dois terços dos pobres do Brasil têm celular. O celular é um dispositivo que está onde as pessoas estão”, disse.

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