Grécia e Espanha derrubam bolsas da Europa
Índice de ações da Bolsa de Atenas fecha em queda de 4,56%, aos 584 pontos, renovando a mínima em 22 anos
Em Madri, o índice Ibex 35 caiu 2,66%, a 6.809,40 pontos, no menor nível desde outubro de 2003
O índice Stoxx Europe 600 terminou a sessão em baixa de 1,80%, aos 247,43 pontos
As bolsas europeias fecharam em forte queda nesta segunda-feira. O índice Stoxx Europe 600 terminou a sessão em baixa de 1,80%, aos 247,43 pontos, após o partido grego Coalizão de Esquerda Radical (Syriza) dizer, no fim de semana, que não participará de um governo de coalizão se for para ajudar a implementar as medidas de austeridade. Se o presidente da Grécia, Karolos Papoulias, não conseguir formar um governo até quinta-feira, novas eleições terão de ser realizadas em junho – tudo isso em meio à possibilidade de o país ter de sair da zona do euro.
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Atenas e Madri – O índice ASE, da Bolsa de Atenas, encerrou a sessão em queda de 4,56%, aos 584,04 pontos, renovando a mínima de 22 anos. As blue chips (ações mais negociadas) recuaram expressivamente, com destaques para os papéis de OPAP (-12%), National Bank (-1,4%) e Coca-Cola Hellenic (-4,1%). Em Madri, o índice Ibex 35 caiu 2,66%, a 6.809,40 pontos, no menor nível desde outubro de 2003. Bankia teve queda de 8,9%, BBVA perdeu 3,7% e Banco Popular recuou 3,6%. ACS registrou baixa de 3,6%.
Em Milão, o FTSE MIB registrou queda de 2,74%, para 13.660,87 pontos. Mediolanum caiu 7%, UniCredit teve perda de 4,9% e Intesa Sanpaolo recuou 3,5%. Telecom Itália perdeu 4,7%. O índice CAC 40, da Bolsa de Paris, caiu 2,29%, para 3.057,99 pontos. Os bancos franceses foram os recordes de baixa. Crédit Agricole recuou 5,5%, Société Générale teve queda de 4,2% e BNP Paribas perdeu 3,7%. Total caiu 1,9%. Por outro lado, EADS subiu 0,4% com o euro perdendo terreno.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX recuou 1,94%, fechando a 6.451,97 pontos. As ações cíclicas registram baixa, com HeidelbergCement (-5,1%), MAN (-3,9%) e ThyssenKrupp (-3,8%). Além disso, Deutsche Bank caiu 4,1% e Allianz teve queda de 3,8%. Em Londres, o índice FTSE teve queda de 1,97%, a 5.465,52 pontos, no menor nível do ano. As ações financeiras lideraram as quedas, com Barclays (-6,4%) e Man Group (-5,6%). Em Portugal, o índice PSI 20, da Bolsa de Lisboa, recuou 1,94%, para 5.078,60.
Títulos – O clima de preocupação dos investidores é visível ao se observar que os yields (retorno ao investidor) dos bônus de dez anos de Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suécia e Finlândia atingiram mínimas recordes nesta manhã, tendo em vista que os investidores buscaram proteção nesses ativos, que são considerados seguros, em meio a uma aversão ao risco generalizada.
Por outro lado, o custo do seguro da dívida da Espanha contra default atingiu novo recorde. Já o yield dos bônus do país avançou para níveis não vistos desde dezembro, em consequência das persistentes preocupações dos investidores com o sistema financeiro espanhol. Na sexta-feira, o governo anunciou um plano de capitalização dos bancos que foi considerado modesto pelos especialistas.
O recém-eleito presidente da França, o socialista François Hollande, vai se reunir nesta terça-feira, em seu primeiro compromisso após a posse, com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em Berlim. Além das preocupações com a zona do euro, Merkel enfrenta pressão política doméstica, após a União Democrática Cristã (CDU, na sigla em inglês), da chanceler, sofrer uma derrota acachapante na eleição no Estado alemão mais populoso e um dos mais ricos do país: a Renânia do Norte-Westfália.
(Com Agência Estado)