França não vai ratificar pacto de austeridade sem mudanças
Segundo novo ministro das Finanças do país, o novo presidente da França e a chanceler alemã conversaram sobre o assunto
A França disse nesta quinta-feira que não vai ratificar o pacto europeu sobre disciplina fiscal, ao menos que o documento seja alterado para incluir compromissos ambiciosos com o crescimento econômico, disse o novo ministro das Finanças do país, Pierre Moscovici. Ele faz parte do novo governo francês e substituiu o conservador François Baroin no comando do ministério nesta quinta-feira.
O novo gabinete francês diz estar comprometido com a administração firme das finanças públicas, mas também quer uma estratégia forte pró-crescimento na Europa, disse ele. “O pacto deve ser acrescido com uma parte sobre o crescimento econômico, e quando digo isso, estamos falando de uma estratégia ambiciosa de crescimento”, afirmou Moscovici.
Ele disse ainda que Ângela Merkel, chanceler alemã e François Hollande, novo presidente da França, conversaram sobre uma série de opções para promoção do crescimento, incluindo um uso maior dos fundos de desenvolvimento estrutural da Europa e financiamentos do Banco de Investimento Europeu.
De olho – O novo presidente da França, Fraçois Hollande, que assumiu o cargo nesta terça-feira, colocou a revisão dos pactos fiscais como uma das bandeiras de sua campanha. Contudo, desde as eleições de 6 de maio, a chanceler da Alemanha Angela Merkel vem reforçando que não vai flexibilizar as medidas de austeridade fiscal acordadas.
Merkel e Hollande têm outras visões diferentes sobre a política econômica da Europa. Enquanto a alemã é uma das principais formuladores dos planos de austeridade fiscal para conter a crise, Hollande é mais adepto à linha de crescimento econômico. Se optar por ser mais radical nas medidas econômicas da França, analistas preveem um embate entre os dois governantes.
(Com agência Reuters)