O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta terça-feira que o “Brexit” – como vem sendo chamada a possível saída do Reino Unido da União Europeia (UE) – pode causar “graves danos regionais e globais” por alterar relações comerciais entre países.
Em seu relatório World Economic Outlook, o FMI disse que o referendo para decidir a permanência do país na UE, previsto para junho, “já criou incerteza nos investidores”. Para o FMI, as negociações para uma potencial saída do Reino Unido da UE seriam prolongadas, o que provocaria “um extenso período de elevada incerteza que pode afetar muito a confiança e o investimento, além de aumentar a volatilidade dos mercados”.
“Uma saída do Reino Unido do mercado único europeu também causaria transtornos e reduziria o comércio mútuo e os fluxos financeiros, diminuindo benefícios-chave da cooperação econômica e integração”, acrescentou o organismo. O FMI também afirmou que a libra esterlina se desvalorizou 7%, devido, entre outros fatores, “as preocupações de uma saída potencial da União Europeia”.
Segundo pesquisas divulgadas em fevereiro deste ano, os partidários e opositores do “Brexit” estão praticamente empatados em intenções de voto, o que acrescenta incerteza ao que ocorrerá no Reino Unido após a consulta de 23 de junho. Uma pesquisa divulgada pelo jornal The Times indicou que 38% dos consultados respaldou a saída do Reino Unido da UE, contra 37% que estão a favor de continuar no bloco. Outros 25% disseram estar indecisos.
No último dia 5, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse em artigo que uma eventual saída do Reino Unido da UE seria para seu país uma autodestruição “econômica e política” e prejudicaria as empresas. O FMI acrescentou que, além das tensões políticas que um possível “Brexit” causaria na Europa, na UE haveria uma “tragédia de grandes dimensões dos fluxos de refugiados, especialmente do Oriente Médio”.
O relatório de World Economic Outlook foi divulgado no início da reunião do FMI e do Banco Mundial em Washington, que conta com a presença nesta semana dos líderes econômicos dos 188 países-membros das duas instituições.
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(Com EFE)