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FMI alerta para endividamento de empresas de emergentes

Fundo avalia que a exposição das grandes corporações a moedas estrangeiras melhorou, mas companhias emitiram 600 bilhões de dólares em dívida em 2012

Por Da Redação
17 abr 2013, 17h01

As empresas de países emergentes estão se endividando muito e o volume de empréstimos em moedas estrangeiras tem crescido a taxas recordes. Brasil, Turquia, China, Tailândia, Chile e Filipinas são os países em que as corporações mais se alavancaram desde 2007, ano anterior ao início da crise financeira mundial, de acordo com o relatório Estabilidade Financeira Global, divulgado nesta quarta-feira, na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para o Brasil, apesar da maior alavancagem das empresas e do crescimento das captações no exterior, o relatório nota que a exposição das grandes corporações a moedas estrangeiras parece estar menor agora do que era na época em que o banco Lehman Brothers quebrou, em 2008, mesmo quando se considera a exposição ao mercado de derivativos. Logo após a falência do banco norte-americano, o crédito bancário secou, o dólar disparou e empresas como Aracruz e Sadia tiveram problemas em seus balanços por causa de derivativos atrelados ao dólar.

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As emissões corporativas de países emergentes bateram em quase 600 bilhões dólares em 2012, enquanto as captações por meio de ofertas de ações recuaram para cerca de 100 bilhões dólares, de acordo com dados do relatório. O quadro do ano passado é o inverso de 2007 ou 2010, quando as emissões de renda variável superaram as de renda fixa. O FMI argumenta que a alavancagem das empresas ainda não é excessiva, mas se esse ritmo for mantido pode representar um risco, pois elas estão mais expostas às variações das moedas estrangeiras e juros.

Esse maior endividamento é uma consequência da política monetária pouco convencional dos bancos centrais dos países desenvolvidos, destaca o FMI. Se mantida por muito tempo, pode ser um risco ao sistema financeiro e aos bancos e provocar fluxos intensos de capital rumo aos mercados emergentes. Se revertida e os juros subirem no mundo desenvolvido, pode representar um risco para as empresas mais endividadas. Nos últimos cinco anos, os empréstimos em moeda estrangeiras das empresas dos emergentes cresceram 50%, segundo o relatório.

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Em um cenário de juros muito baixos nos países desenvolvidos, graças à estratégia dos bancos centrais para estimular a economia, e com um mercado de ações mais difícil para emissões, muitas empresas de mercados emergentes têm tomado empréstimos com taxas menores em moeda estrangeira. A presidente do Fundo, Christine Lagarde, já havia ressaltado este ponto durante palestra em Nova York na semana passada. Para as corporações muito endividadas, o FMI sugere uma combinação de venda de ativos ou redução no pagamento de dividendos e investimentos como forma de equacionar os passivos das empresas.

Outra consequência das políticas monetárias dos bancos centrais é uma realocação nas carteiras de grandes investidores institucionais, como gestoras de recursos, seguradoras e fundos de pensão. Com juros baixos, esses agentes são estimulados a buscar ativos de maior risco, atrás de ganhos maiores. Isso pode distorcer a formação de preços dos ativos financeiros, formando bolhas em determinados mercados. “Enquanto os benefícios dessas políticas monetárias são evidentes, os efeitos colaterais precisam ser monitorados e controlados”, ressalta o documento.

(com Estadão Conteúdo)

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