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Excesso de estoques atinge 36% das indústrias de veículos

Cenário para os próximos meses é de corte de vagas no setor, ainda que de forma incentivada por meio de Programas de Demissão Voluntária ou pagamento extra aos demitidos

Por Da Redação
30 Maio 2016, 09h53

Em abril, quase 36% das indústrias de veículos e autopeças informaram ter estoques excessivos, segundo a Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O porcentual vem caindo desde novembro, mas ainda é elevado, demonstrando uma persistência do desequilíbrio entre produção e demanda.

Em períodos de estabilidade econômica, esse porcentual se mantém ao redor de 7%, segundo o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/Ibre, Aloisio Campelo Jr. “Outros setores já fizeram ajustes e caminham para o equilíbrio, mas o segmento de transportes sempre foi o mais problemático e é o que está mais distante do equilíbrio”, diz.

Na indústria de transformação como um todo, quase 10% das empresas afirmaram ter estoques em excesso em abril, porcentual que estava em 16,3% em novembro e em 20,3% em agosto de 2015, quando teve início o recuo para o segmento. Já na área automotiva, o auge do desequilíbrio ocorreu em novembro, quando 54,8% das empresas pesquisadas informaram estar com os pátios lotados.

Em 2012 e 2013, ajudada pelo corte do IPI, a indústria automobilística registrou seus melhores anos no país, com vendas de 3,8 milhões e 3,7 milhões de veículos, respectivamente. Neste período, os estoques chegaram a ficar negativos, o que mostrava falta de produto para atender à demanda.

A reversão ocorreu a partir de 2014, com a crise econômica e política, que levou ao aumento do desemprego, queda da renda, restrição ao crédito e desconfiança dos consumidores, além do fim dos incentivos – que já demonstravam seu esgotamento. “Os canais para tentar recuperar as vendas não apareceram e a situação piorou muito em 2015”, diz Campelo.

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Demissões por vir – Há mais de um ano, a média de estoques nas montadoras e concessionárias de veículos está próxima dos 50 dias de vendas, bem acima do volume considerado razoável pelas empresas, de 30 a 35 dias. As várias medidas adotadas pelas fabricantes para reduzir a produção, com férias coletivas, dispensas temporárias e corte de jornada, não surtiram o efeito esperado para esvaziar os pátios, até porque os consumidores continuam arredios em adquirir bens de alto valor num período de crise.

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Em abril, o encalhe era de 251,7 mil veículos, suficientes para 46 dias de vendas. A produção no mês foi de 169,8 mil unidades e foram vendidas 162,9 mil, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O cenário para os próximos meses é de corte de vagas no setor, ainda que de forma incentivada por meio de Programas de Demissão Voluntária (PDV) ou pagamento extra aos demitidos. Neste mês, duas montadoras, a Mercedes-Benz, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e a Volvo, de Curitiba (PR) anunciaram PDVs. A primeira afirma ter 2 mil excedentes, 20% do seu quadro atual, e a segunda 400, de um total de 3,2 mil operários.

(Da redação)

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