Europa considera orçamento central para a zona do euro

Relatório obtido pela Reuters mostra que estados da zona do euro consideram uma associação para realizar empréstimos e pagamentos por meio de um orçamento central

Por Da Redação
12 out 2012, 14h36

Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt (Kai Pfaffenbach/Reuters/VEJA)

Os estados da zona do euro devem considerar uma associação para realizar empréstimos e pagamentos por meio de um orçamento central que poderia ser utilizado para ajudar seus pares em dificuldades, de acordo com um relatório preparado para uma reunião de líderes da União Europeia.

O relatório traça um caminho em direção a maior integração fiscal entre os 17 países que usam o euro na medida em que eles se esforçam para conter uma crise econômica. O documento foi preparado por Herman Van Rompuy, que como presidente do Conselho Europeu vai liderar a cúpula da União Europeia na próxima semana.

No relatório interno, obtido pela Reuters nesta sexta-feira, as autoridades mencionam a necessidade de explorar um orçamento central para os países na zona do euro.

A opinião de Van Rompuy – firmemente apoiada pela Alemanha – é de que algumas formas de “capacidade fiscal” entre os países da área do euro iriam permitir que eles regularizassem o mercado de trabalho e outros desequilíbrios socioeconômicos que se formam no bloco.

O fundo poderia ser usado para ajudar um país como a Espanha, que tem taxa de desemprego de 25 por cento e está lutando para revigorar o crescimento. Os 27 países da União Europeia atualmente financiam um orçamento de cerca de 130 bilhões de euros por ano – 1% da produção da região – e que é usado para gastos com agricultura, ciência, infraestrutura e outras áreas.

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Mas não existe um orçamento equivalente entre os 17 países que dividem o euro, uma deficiência que muitos economistas acreditam que minou a estabilidade do projeto de moeda.

Alemanha e França apoiam fortemente a proposta e, em uma surpresa para muitos diplomatas da UE, a Inglaterra também, mas por razões diferentes. Londres vê um orçamento da zona do euro como modo de separar ainda mais o Reino Unido e seu eleitorado do bloco que compartilha da mesma moeda e seus problemas.

Van Rompuy, em visita a Helsinki na sexta-feira, disse que a idéia do orçamento único da zona do euro não “implica ou exige a transferência definitiva” de um estado para outro. Mas ele também ressaltou que não estava fazendo nenhuma proposta concreta para agora. “Eu simplesmente proponho o exame de algumas dessas idéias. Também sobre orçamento da chamada zona do euro. Não existe um conceito bem definido nesta fase.”

(Com Reuters)