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EUA acusam Brasil de ‘novo protecionismo’

Michael Froman, chefe da Representação dos Estados Unidos para o Comércio, critica incentivos fiscais do governo brasileiro

Por Da Redação
12 set 2013, 12h46

O governo norte-americano criticou o Brasil por estar criando uma “nova forma de protecionismo” com sua política de incentivo fiscal e insistiu que os objetivos do país podem ser atingidos sem o uso das medidas que têm adotado. A opinião é do número 1 na Casa Branca responsável pelo comércio, Michael Froman, chefe da Representação dos Estados Unidos para o Comércio (USTR), e foi feita menos de uma semana depois de a presidente Dilma Rousseff usar as mesmas palavras com relação aos países desenvolvidos. Na sexta-feira passada, durante a cúpula do G-20 na Rússia, Dilma acusou os países ricos de adotar um “novo protecionismo” cambial.

Em conversa com jornalistas, Froman foi claro ao dizer que práticas brasileiras têm sido uma “preocupação” para o governo de Barack Obama e que algumas das iniciativas do país são exemplos da “nova forma de protecionismo” que ganha espaço no mundo. “Ficamos preocupados quando o Brasil decidiu elevar as tarifas de importação para mais de cem linhas tarifárias.”

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Mas é a política de dar incentivos fiscais a quem produz no Brasil que mais tem afetado os americanos. “Temos preocupações com políticas de localização”, disse, em referência às exigências do governo de que empresas produzam no Brasil para ganhar vantagens. O caso atingiu o setor automotivo tem sido adotado em outros segmentos.

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Ao ser questionado sobre o protecionismo no mundo, ele voltou a citar o caso brasileiro. “Vemos novas formas de protecionismo e a localização é uma delas”, declarou. “Entendemos os objetivos desses países. Mas queremos ajudá-los a atingir seus objetivos sem distorcer os mercados mundiais.”

Elogios – Questionado sobre se uma eventual decisão de Dilma de não viajar aos EUA, devido à espionagem, poderia afetar a relação comercial entre os dois países, Froman optou por elogiar o Brasil. “O Brasil é muito importante na região e no mundo”, disse. “É um parceiro estratégico dos EUA e temos trabalho para desenvolver essa relação.”

“Vemos grandes oportunidades no Brasil, no setor de investimentos, energia e comércio e estamos abertos sobre como podemos seguir essa relação adiante”, disse. “Temos um diálogo franco com o Brasil. Eles não hesitam em levantar questionamentos sobre nossas práticas e nós também dialogamos quando há algo”, explicou Froman.

Ele deixou claro que o governo americano quer estudar novas formas de ampliar o comércio com o Brasil. Nesta semana, uma de suas assistentes, a embaixadora Miriam Sapiro, está no país para debater formas de ampliar o comércio.

Algodão – Um dos temas delicados na relação bilateral é a questão do algodão. Os EUA perderam na Organização Mundial do Comércio (OMC) uma disputa contra o Brasil e foram obrigados a pagar mais de 140 milhões de dólares por ano ao setor privado brasileiro. O problema é que o Congresso americano quer acabar com a remessa, o que abriria as portas para o Brasil retaliar os EUA.

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Fontes na diplomacia americana confirmaram à reportagem que a Casa Branca está tentando fazer o Congresso entender que, se esse dinheiro não for pago, a retaliação que o Brasil adotará custará muito mais caro aos interesses americanos. Miriam deve tratar também desse tema esta semana no Brasil.

Froman deixou claro que acredita que a conferência da OMC, no fim do ano em Bali, será fundamental. “Se não conseguirmos um acordo, vai ser difícil pegar os pedaços e seguir adiante com a Rodada Doha.”

(com Estadão Conteúdo)

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