Espanha é o país que mais deu ‘calotes’, aponta estudo
Em segundo e terceiro lugares aparecem, respectivamente, Venezuela e Brasil, segundo ranking elaborado por professores da Universidade de Harvard
A Espanha é o país que mais teve moratórias de dívidas soberanas, ou calotes, segundo ranking elaborado pelos professores Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, da Universidade de Harvard, e de outros pesquisadores, como o economista Miguel Ángel Boggiano, da Universidade de San Andrés, em Buenos Aires. O país ibérico aparece no topo da lista, com 14 defaults ou processos de reestruturação. Em segundo lugar aparecem Venezuela e Equador, com 11 calotes, e em terceiro, o Brasil, com 10. A lista foi publicada pela BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.
Os pesquisadores contabilizaram cerca de 250 moratórias em 200 anos, o que corresponde a uma média de mais de uma por ano. Segundo Roggff, defaults são inerentes à economia global e não são tão raros como alguns países centrais, economistas ortodoxos e veículos de imprensa fazem parecer. Antes da iminente declaração de moratória, nesta terça-feira, a Grécia aparecia no fim da fila, ao lado de Estados Unidos, Bolívia, Turquia, Rússia e Império Austro-Húngaro.
Boggiano destacou à BBC que vários países da América Latina têm um número elevado de defaults, como Costa Rica, México, Peru, Chile e Paraguai (com 9). O pesquisador ainda explicou que, neste estudo, default e reestruturação são considerados fenômenos similares. “Porque no fim das contas, suspendendo ou não os pagamentos, há quase sempre uma pechincha para um desconto e um novo prazo, de modo que a obrigação de pagamento original não é cumprida”, diz. Confira a lista.