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Entressafra e produção de açúcar interferem em preço de álcool

Por Carolina Guerra
10 Maio 2011, 21h23

Os motoristas brasileiros enfrentaram nada menos que treze semanas consecutivas de aumento do álcool anidro, aquele que é misturado na gasolina. De acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na terceira semana de janeiro, o produto saía das usinas, sem considerar impostos, ao custo de 1,22 real por litro. No dia 22 de abril, o combustível era vendido a 2,72 reais por litro. A alta no período foi de 122%. Nas últimas semanas, o preço começou a cair e agora gira em torno de 1,88 real. O etanol hidratado, que é usado como combustível, também está em queda.

Parte desta oscilação nos preços do álcool – movimento que fez com que o governo interferisse diretamente no setor – é explicada pelo período de entressafra da cana, que acontece entre dezembro e fevereiro. Neste período, as usinas ficam paradas, o que pressiona as cotações para cima. De modo contrário, cada nova safra que entra no mercado faz os preços recuarem.

Nesta entressafra, em particular, os preços atraentes do açúcar no mercado internacional fizeram com que parte da produção de cana fosse desviada para esta finalidade, o que aprofundou a diminuição natural da oferta do biocombustível. Estima-se que cerca de 2,5 bilhões de litros de etanol deixaram de ser produzidos por conta do alimento. Uma decisão passível de crítica por ter deixado todo o povo brasileiro à espera de preços mais acessíveis nos postos de combustível? Na verdade não é tão simples quanto parece. A parte desviada para o açúcar seria o suficiente para o abastecimento de um mês e não resolveria o problema de uma oferta de etanol que cresce em ritmo inferior ao da própria demanda.

Para se ter ideia, em fevereiro deste ano, 83,2% de todos os carros vendidos no país eram flex (bicombustíveis). Soma-se a isso o fato de o setor sucroalcooleiro ter sido duramente afetado pela crise financeira de 2008, o que fez com muitos produtores adiassem projetos de novas usinas. “Não dá para sacrificar o setor considerando tão somente estes momentos. As unidades produtivas vêm mostrando uma preocupação cada vez maior de abastecimento”, aponta Ivelise Bragato, pesquisadora do Cepea. “A questão só se resolve por meio do estímulo ao aumento da produção”, diz o ex-ministro da agricultura Reinhold Stephanes. Enquanto isso, os estoques inexistem e há dificuldade para formá-los. “Vai levar de dois a três anos até o mercado se regularizar”, acrescenta.

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