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Dilma diz que Brasil está em um ano de “travessia”

A empresários, presidente diz que governo continua perseguindo reequilíbrio das contas públicas e que país voltará a crescer dentro de seu potencial

Por Felipe Frazão e Stephanie Feder, de Piracicaba
22 jul 2015, 13h42

Diante do agravamento da crise econômica, de mais cortes de gastos e da iminente redução da meta fiscal, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que 2015 é um ano de “travessia”. Ela falou durante cerimônia de inauguração de uma usina de álcool em Piracicaba, no interior de São Paulo. “Sem dúvida estamos num ano de travessia. Também estamos num ano de novas possibilidades, atualizando as bases da nossa economia. Vamos voltar a crescer dentro do nosso potencial”, disse. A afirmação foi feita em um momento em que o governo discute a redução da meta de superávit primário que deve passar de 1,1% do PIB para algo pouco acima de zero, segundo fontes.

Segundo a presidente, o governo continua perseguindo o reequilíbrio das contas públicas. “Já tomamos um conjunto de medidas e algumas estão dando resultados, como o realinhamento dos preços dos combustíveis, e, no caso do etanol, o aumento da mistura (com a gasolina).”

A presidente também aproveitou a ocasião para defender investimentos em inovação e tecnologia para o país obter ganhos de produtividade. “Inovação tecnológica em todas as esferas é o caminho do país porque nós estamos numa travessia”, disse.

Dilma voltou a usar parte do discurso de campanha, durante a qual culpou a crise internacional pelos problemas econômicos no Brasil. “Houve uma alteração nas condições internacionais e o superciclo das commodities se encerrou. Nessa travessia nós vamos procurar sempre buscar maior produtividade e menores custos, além de maior inovação para garantir empregos e um crescimento do país no curto, médio e longo prazos”, declarou.

Dilma ainda afirmou que o governo vai continuar tomando medidas microeconômicas, ampliar concessões à iniciativa privada e vai “se esforçar “para manter programas sociais como o Minha Casa Minha Vida. Ela também enfatizou que quer consolidar a expansão da classe média brasileira. “Queremos que o Brasil seja um país de classe média e que tenha competitividade em relação aos demais países do mundo.”

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Etanol – A presidente também disse que o setor de produção do etanol é estratégico para dotar o país de uma matriz energética mais limpa e capacitar o Brasil para o debate intencional sobre uso de energias renováveis. Os empresários do setor, porém, passaram a perder prioridade depois de o governo apostar e investir prioritariamente na exploração do petróleo do pré-sal, por meio da Petrobras.

“Nos sabemos que o pré-sal trouxe novas perspectivas para o país. É importante saber também que não há contradição entre o pré sal e a produção de etanol. A grande capacidade e o grande potencial desse setor e que eles são complementares”, defendeu.

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A presidente Dilma ainda trocou afagos com o presidente da Cosan (dona da Raízen em joint venture com a Shell), o empresário Rubens Ometto. “É imprescindível para algumas realizações a determinação e o comprometimento dos líderes que diante das dificuldades são capazes de construir um caminho”.

Dilma virou alvo no setor depois que a manipulação do preço da gasolina fez com que o combustível perdesse mercado interno – mais de 50 usineiros quebraram e demitiram milhares de trabalhadores.

Ometto abriu seu discurso com uma defesa de Dilma. O executivo disse que a presidente é uma mulher “patriota, brasileira, lutadora de fibra”. “Hoje é muito fácil criticá-la, mas temos que reconhecer os méritos onde eles estão, não só reclamar do que poderia ter sido realizado”, disse.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB) procurou acenar positivamente ao setor. Ele disse que os produtos da cana representam 15,7% da oferta interna de energia – “quase do tamanho de Belo Monte”, comparou. “O governo tem o firme propósito de manter o país com a matriz energética mais limpa possível”, afirmou.

A presidente Dilma é recebida com o governador paulista, Geraldo Alckmin, em unidade do setor sucroalcooleiro de Piracicaba (SP). Imagens: Felipe Frazão/VEJA

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A video posted by VEJA (@vejanoinsta) on Jul 22, 2015 at 7:00am PDT

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