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Desgastado, Sarkozy prepara novo pacote fiscal na França

Presidente terá de anunciar aumento de impostos e cortes de gastos públicos

Por Fernando Valeika de Barros, de Cannes
7 nov 2011, 08h07

Na estratégia para engordar as receitas, já estaria confirmado um aumento de imposto sobre o consumo, como as taxas em restaurantes e na construção civil

Na semana seguinte ao G20, o presidente francês Nicolas Sarkozy terá de fazer uma aterrissagem abrupta: em vez de se consagrar como estadista para anunciar medidas para anunciar soluções para a crise europeia, terá de recorrer a um antigo expediente de governos com as contas em mau estado – ele terá de aumentar impostos e anunciar cortes nas despesas públicas. Segundo palavras do próprio presidente, durante a entrevista de encerramento do G20, na última sexta-feira, em Cannes, a economia da França deverá crescer 1% no ano que vem – bem menos do o 1,75% previsto anteriormente para 2012. “Com isso, faltam entre 6 e 8 bilhões de euros para fechar as contas públicas”, estimou o presidente francês. O objetivo é trazer o déficit público nacional a 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem.

O próprio Sarkozy comandou reuniões durante o final de semana com o primeiro-ministro François Fillon para definir como seu governo cumprirá tal tarefa tão impopular. E um Conselho de Ministros foi convocado para esta segunda-feira, em Paris, para anunciar um pacote que pretende reforçar as contas públicas francesas no ano que vem. “Posso adiantar que o orçamento da França para 2012 será um dos mais rigorosos desde 1945”, disse o primeiro-ministro, François Fillon, no sábado. “O único programa que valerá para o ano que vem será um que nos leve ao equilíbrio das nossas contas públicas”, afirmou.

Segundo ele, “a França deverá preservar a sua credibilidade financeira a qualquer preço” (leia-se evitar uma queda na nota AAA da dívida francesa). As medidas de austeridade teriam como objetivo principal ajudar o estado a pagar os juros dos títulos de sua dívida. Fillon foi escolhido para anunciar o pacote de medidas para poupar um pouco a imagem já desgastada do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que tentará se reeleger no ano que vem. Em agosto passado, o governo francês já havia aumentado impostos sobre refrigerantes, álcool e tabaco – medidas que não afetaram em praticamente nada a situação fiscal do país. “Como não temos tesouros escondidos para bancar as contas públicas, teremos de agir, independente do que dizem agência de notação, banqueiros ou especuladores”, diz Fillon.

Missão impossível – Na estratégia para engordar as receitas, já estaria confirmado um aumento de imposto sobre o consumo, como as taxas em restaurantes e na construção civil. Falta definir de quanto será: a expectativa é de que passe dos atuais 5,5% para um número entre 7% e 9% . No início de seu mandato, quando não havia tantas nuvens na economia europeia, Sarkozy abaixou o imposto sobre consumo nestes setores de 19,6% para 5,5% (e deixou de arrecadar cerca de 3 bilhões de euro ao ano). Agora, a missão impossível do país é adicionar mais 12 bilhões de euros ao orçamento nos próximos dois anos, visando o déficit zero em 2016.

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