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Delta suspende repasses para reforma do Maracanã

Construtora de Fernando Cavendish para de aportar recursos; saída da empresa do consórcio responsável pela obra é tida como irreversível

Por Da Redação
20 abr 2012, 19h19

Em dificuldades para obter financiamento bancário a suas operações, a Delta Construtora suspendeu os aportes para uma de suas principais obras: a reforma do Maracanã. Nesta semana, a empresa deixou de repassar ao empreendimento mais de 6 milhões de reais – 4,1 milhões de reais na segunda-feira e 2 milhões de reais nesta sexta-feira – proporcionais à sua participação no consórcio. Esses recursos seriam usados no pagamento a fornecedores e despesas operacionais. Até 1º de maio, a construtora do empresário Fernando Soares Cavendish deve abandonar o consórcio responsável pela reforma do estádio.

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Primeira baixa – Será a primeira baixa contabilizada pela construtora de Cavendish desde que começaram a aparecer denúncias de envolvimento da empresa no financiamento do esquema de corrupção capitaneado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

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Iniciada em setembro de 2010, a reforma do Maracanã está sendo tocada pelo consórcio formado por Odebrecht Infraestrutura (49%), Andrade Gutierrez (21%) e Delta Construtora (30%). Com prazo de conclusão previsto para fevereiro de 2013, a obra deve atrasar, mas ainda não a ponto de comprometer a utilização do estádio na Copa das Confederações.

O orçamento original de 700 milhões de reais foi elevado, em junho do ano passado, para 931 milhões de reais, quando foi detectado o comprometimento de toda a estrutura de cobertura. Depois de uma ação do Tribunal de Contas da União (TCU), que identificou sobrepreço, o valor baixou para 859 milhões de reais.

Até o início do mês, as obras de reforma do complexo esportivo consumiram 328,3 milhões de reais. O ritmo de liberação de verbas está acelerado. No ano passado, o governo do estado reservou 144,5 milhões de reais no orçamento para o consórcio. Nos primeiros quatro meses deste ano, os empenhos de recursos para a reforma do estádio já somam 161,7 milhões de reais.

Saída certa – A saída da Delta é dada como certa. A empresa, responsável por diversas obras civis de porte no estado do Rio, teria situado o Maracanã em último lugar em sua lista de prioridades. Como previu o próprio Cavendish, em entrevista esta semana, o crédito bancário rareou.

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A Delta havia abandonado também a obra do Engenhão (Estádio Olímpico João Havelange). Depois de vencer a licitação, em 2003, por valor questionado pelo mercado, a construtora deixou a obra alegando não dominar a tecnologia necessária para a colocação da cobertura. O estádio, que teve orçamento inicial de 60 milhões de reais, foi construído por um montante mais de seis vezes superior (380 milhões de reais). Foi inaugurado em 2007, nos jogos Panamericanos. A conclusão da obra ficou a cargo de Odebrecht e OAS.

Rio de Janeiro – A participação na reforma do Maracanã é uma das mais importantes obras que a Delta realiza no estado do Rio atualmente. A empresa também é responsável pela ampla reforma na sede do Tribunal de Justiça fluminense, que consumiu 154,1 milhões de reais nos últimos três anos, e integra o consórcio que constrói o Arco Rodoviário Metropolitano do Rio de Janeiro, cujo orçamento inicial era de 536 milhões de reais e que está agora em 1 bilhão de reais.

O governo do estado, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que só se pronunciará sobre o caso depois da confirmação oficial da saída da Delta do projeto do Maracanã. Procurados, o Consórcio Maracanã e a construtora não se manifestaram sobre o assunto.

(com Agência Estado)

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