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Em entrevista, dono da Delta nega conhecer Demóstenes

Empresário diz ter pedido cancelamento de contrato com consultoria de José Dirceu e afirma que sua empresa corre o risco de quebrar

Por Da Redação
19 abr 2012, 13h07

Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, disse nunca ter visto o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), tido como sócio oculto da Delta, como apontam investigações do Ministério Público. A afirmação foi feita em entrevista publicada no jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira. A empreiteira está envolvida em acusações de irregularidade em contratos com governos estaduais e federal.

Quando indagado se sua empresa teria abastecido empresas fantasma do contraventor Carlos Augusto Ramos (conhecido como Carlinhos Cachoeira), ele acusou o diretor da Delta na região Centro-Oeste, Claudio Abreu, de extrapolar os limites da relação com Cachoeira. Cavendish disse já ter afastado o diretor do cargo e negou que a empresa tenha participado de movimentação ilícita. “Eu sei quem cada um tá conhecendo? O que me importa são os resultados, os números, que me enviam em relatórios semestrais. Eu não pouso em Goiânia há cinco anos. (…) Para mim, [Cachoeira] era um empresário, era um cara bem visto no estado”, diz. O empresário também afirmou que nunca viu o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO). Porém, admite que viu Cachoeira em um bar de hotel, onde foram apresentados por intermédio de Abreu. O dono da Delta reiterou que não percebeu o pagamento de 39 milhões de reais ao esquema montado por Carlinhos Cachoeira, uma vez que sua empresa movimentou entre 2010 e 2011 cerca de 5 bilhões de reais e possui mais de 46 mil fornecedores. “Esse dinheiro, nesse universo, é imperceptível”, afirma.

Questionado sobre a outra acusação de que a Delta teria favorecimento no Distrito Federal por meio do governador Agnelo Queiroz (PT-DF), Cavendish negou conhecer o político e ter ajudado em sua campanha eleitoral. O empresário disse ainda que, quando soube do contrato feito com a consultoria de José Dirceu, de 20 mil reais, ele mandou seu diretor cancelar o acordo.

PAC – Cavendish alegou que a Delta não é a líder de investimentos do governo Dilma Rousseff dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como mostra o levantamento da ONG Contas Abertas. “Como posso, com essa minha conta de retalho, de ‘trocentos’ contratinhos que, somados, dão 800 milhões, liderar o PAC? (…) Devo estar em décimo no ranking do PAC”, diz.

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Quanto aos contratos de 1,4 bilhão conquistados durante o governo de Sergio Cabral (PMDB-RJ), no estado do Rio de Janeiro, o empresário explicou que a Delta cresceu em faturamento “muito mais” no governo anterior ao de Cabral, de Anthony Garotinho, e que em 2001, 80% da carteira da empreiteira era do estado do Rio.

Por fim, Cavendish diz que sua empresa irá à falência com a enxurrada de notícias na mídia sobre as acusações do Ministério Público. “Cria-se um clima péssimo na empresa, os bancos vão suspender toda a nossa linha de crédito. Aí vem a Receita Federal. (…) Não tenho caixa. Se eu não receber antes de acabar meu dinheiro, eu quebrei”, disse.

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