Criação de empregos formais em 2014 foi a pior desde 1999
Brasil gerou 623.007 vagas no ano passado, segundo levantamento divulgado pelo Ministério do Trabalho
O Brasil gerou 623.007 vagas formais de emprego em 2014, o pior resultado anual desde 1999. O número divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quarta-feira faz parte da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
Houve crescimento de 1,27% no estoque de trabalhadores em 2014 na comparação com o ano anterior. De acordo com o Ministério, o resultado aponta uma perda de dinamismo na geração de vagas. Em 2013, o crescimento do estoque foi de 3,14%.
O cenário em 2015 não demonstra que o saldo positivo do ano passado vai se repetir. O dado mais recente disponível mostra que somente nos sete primeiros meses deste ano foram fechadas 494 mil vagas de trabalho, segundo levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), também divulgado pelo Ministério. Número que, para o ministro Manoel Dias, é preocupante. “Queremos restabelecer aquele período áureo em que geramos empregos, aumentamos a renda”, afirmou.
O ministro destacou que o governo Dilma Rousseff criou 5 milhões de empregos, somando os resultados anuais da RAIS desde 2011 com o saldo do Caged até julho deste ano. “Um número superior à soma dos governos Itamar, Collor e os dois governos de Fernando Henrique Cardoso”, disse.
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Setores – A indústria foi o setor com o pior desempenho na geração de empregos formais em 2014, com o fechamento de 121,7 mil vagas. De acordo com o MTE, houve queda em 11 das 12 áreas que integram a indústria de transformação. O único ramo com desempenho positivo foi o da indústria de produtos alimentícios, com crescimento de 2,2%.
O levantamento mostra, entretanto, que cinco dos oito setores da economia apresentaram saldo positivo no ano passado. O destaque ficou com o setor de serviços, que criou 587 mil vagas, seguido do comércio, que abriu 217 mil novos postos.
Regiões – Na separação regional, o Nordeste apresentou o melhor resultado, com a abertura de 206 mil vagas em 2014. O Sudeste ficou na segunda posição, tendo criado 169 mil empregos, seguido da região Sul, com 135 mil vagas. O Norte teve saldo positivo de 58 mil empregos e o Centro-Oeste gerou 54 mil vagas.
Os Estados que mais criaram empregos em 2014 foram São Paulo (87 mil), Santa Catarina (63 mil), Bahia (57 mil) e Ceará (56 mil). A única unidade federativa que fechou vagas no ano passado foi o Amazonas, com menos 1,5 mil postos formais.
Remuneração – Com relação à remuneração dos trabalhadores de cada Estado, o Distrito Federal aparece na liderança dos maiores salários do país, com média de 4.384 reais em dezembro do ano passado. O segundo lugar ficou com Rio de Janeiro, que apresentou remuneração média de 2.901 reais seguido do Amapá (2.856 reais) e de São Paulo (2.740 reais). A pior remuneração do país foi recebida pelos trabalhadores do Ceará, que tiveram rendimento médio mensal de 1.779 reais.
(Com Estadão Conteúdo)