China admite previsão de crescimento a 7%, abaixo da meta
O Ministro das Finanças chinês disse que país estaria disposto a sacrificar parte da expansão econômica para realizar reformas estruturais importantes
O ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, sinalizou que o governo chinês pode estar disposto a tolerar um crescimento econômico no segundo semestre abaixo da meta do governo. Jiwei afirmou que o crescimento da segunda maior economia do mundo pode ser de 7% neste ano, abaixo da meta de, pelo menos, 7,5% do governo, informou a agência oficial de notícias Xinhua nesta sexta-feira.
Jiwei disse que o crescimento econômico no primeiro semestre do ano será “ligeiramente menor do que 7,7%” e completou: “Não há dúvidas de que a China pode alcançar a meta de crescimento, embora o objetivo de 7% não deva ser considerado o resultado final”, reportou a Xinhua.
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A China divulga na próxima segunda-feira os dados do Produto Interno Bruto (PIB) para o trimestre entre abril e junho. A maioria das estimativas de economistas varia entre 7% e 7,5%. O PIB do gigante asiático cresceu 7,7% (taxa anualizada) nos três primeiros meses do ano.
Um crescimento de 7,5% suporia a taxa mais baixa em duas décadas, algo que parece não incomodar os líderes chineses, que mostraram disposição de sacrificar o crescimento econômico a curto prazo para desenvolver uma reestruturação progressiva em seu modelo econômico. A preocupação se assenta no excesso de investimentos e no crescimento forte dos empréstimos informais.
No entanto, segundo Lou, a contribuição do consumo ao crescimento do PIB aumentou, a situação do emprego é boa, enquanto a inflação está sob controle. Mesmo assim, as declarações de Lou são as primeiras que sugerem que a economia chinesa poderia crescer menos que o previsto pelo governo. A meta oficial de crescimento (7,5%) foi aprovada há apenas quatro meses pelo Congresso Nacional do Povo (Parlamento).
As declarações foram feitas durante o Diálogo Estratégico e Econômico entre China e Estados Unidos, que foi realizado na noite de quinta-feira em Washington (EUA) e reuniu várias autoridades de ambos os países.
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