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Brasil falha em políticas de inclusão que vão além de programas sociais, diz estudo

Levantamento do Fórum Econômico Mundial mostra que transferência de renda não é eficaz o suficiente para resgatar população da pobreza

Por Ana Clara Costa
7 set 2015, 13h18

O Fórum Econômico Mundial divulgou um estudo em que analisa o que os países têm feito para implementar políticas inclusivas que não só resgatem pessoas da pobreza, mas também tragam crescimento e desenvolvimento. O levantamento The Inclusive Growth and Development Report reúne dados de uma pesquisa feita anualmente pelo Fórum, e que mostra o desempenho de diferentes países em quesitos como educação, empreendedorismo, corrupção e transferência de renda. Entre as economias de renda média-alta, grupo de 26 nações do qual o Brasil faz parte, o país se encontra abaixo da média em praticamente todos os quesitos. Em corrupção, está em 25º lugar, enquanto em educação, 24º. O único item em que o país teve bom desempenho é o de transferência de renda: 7º entre 26.

O estudo aponta que o Brasil está abaixo da média se comparado aos países correlatos, como Argentina, China, Rússia e África do Sul. O levantamento sugere, ainda, que mesmo que o país retome o caminho do crescimento, uma parcela ampla da população não deverá ver os benefícios desse avanço por um longo período. “O desenvolvimento é um processo multidisciplinar e complexo. Por isso, elevar a renda não deve ser a única política de inclusão. É preciso melhorar instituições como os sistemas públicos de educação, o judiciário, o mercado de trabalho, a competição e o investimento”, afirma o documento.

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Segundo um dos autores do estudo, Richard Samans, que também é um dos diretores do Fórum, as políticas de transferência de renda deveriam ser parte da estratégia de inclusão, mas não o centro. “Depender de transferências não é o suficiente. É preciso um modelo institucional e econômico que trabalhe em prol da inclusão. Fazer as coisas em dimensão única não resolve. É preciso pensar de forma sistemática, não singular”, afirma.

Corrupção – Sobre o péssimo desempenho do Brasil no quesito ‘corrupção’, Samans explica que o Fórum chegou a essa classificação com base em uma pesquisa feita com executivos de todo o mundo, anualmente. A constatação, diz ele, é de que a corrupção, segundo os empresários, é uma parte relevante dos negócios tanto públicos quanto privados no Brasil. “Isso é ruim porque a corrupção rouba o incentivo de o empreendedor criar seu próprio negócio, pois ele sabe que terá de desembolsar propina para funcionar e isso é desestimulante”, afirma. Ao agir contra o empreendedorismo, a corrupção funciona como uma espécie de antídoto à vontade dos indivíduos de criar a própria riqueza, aponta Samans. “Criar empresas é uma forma essencial de ajudar as pessoas a evoluírem para a classe alta e, neste caminho, receber sua fatia do progresso. A corrupção mata essa vontade”.

O estudo ressalta ainda o que é ponto pacífico entre economistas: somente o crescimento econômico pode melhorar o padrão de vida dos indivíduos. O Fórum reconhece que, ao analisar o Produto Interno Bruto de um país, é impossível garantir que ele será repartido igualmente entre a população. Mas argumenta que somente o crescimento pode aumentar a soma de riqueza disponível em cada nação para que a população tenha ao menos a oportunidade de buscar sua fatia.

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