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Brasil cresce em ritmo de país subdesenvolvido, diz S&P

Presidente para América do Sul da agência de classificação de risco, Regina Nunes, destacou que o país precisa de investimentos rápidos e consistentes

Por Naiara Infante Bertão
28 nov 2012, 17h39

A presidente para o Cone Sul da agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P), Regina Nunes, disse nesta quarta-feira que o Brasil cresce pouco para um país em desenvolvimento (ou emergente). Na avaliação dela, os 1,5% de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – previsão mais comum entre os analistas de mercado para o fechamento de 2012 – equivalem a um patamar de países ainda subdesenvolvidos. “Vemos no Brasil um crescimento mais lento do que gostaríamos e do que precisaríamos”, disse em evento realizado na cidade de São Paulo.

Porém, a analista destacou que, mesmo com baixo crescimento, a perspectiva para a avaliação de risco do país é estável. “O Brasil tem instituições fortes, não há perspectiva de deterioração econômica, foram feitos ajustes monetários importantes, a inflação mantém-se na meta, e há reformas importantes em curso. É claro que há muito o que ser feito, especialmente na área de infraestrutura. Por isso, a perspectiva não é de elevação da nota, mas sim de estabilidade”, explicou.

Para ela, o desenvolvimento da infraestrutura pode sustentar um patamar de crescimento mais expressivo, principalmente se permitir a redução dos custos logísticos. “Para um país que paga quase 40% do PIB em impostos, ter de arcar com a construção de infraestrutura, como a Vale e Petrobras fazem, impacta diretamente os custos”, lamentou.

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Primário – Indagada pelo site de VEJA sobre o fato de o governo federal ter admitido que não conseguirá cumprir a meta cheia de superávit primário neste ano, Regina disse que a S&P não vê este fato como problemático. “Dado que o governo trabalhava com metas baseadas em um crescimento de 3% para os mais pessimistas e 4% para os otimistas no começo do ano, e a economia vai crescer, na verdade, 1,5% neste ano, é esperado que seja mais difícil de alcançar a meta (de superávit)”, detalhou.

Ela explicou, porém, que o governo tem adotado medidas certas na política monetária – área em que possui margem de manobra maior. Em sua opinião, o governo tem conduzido bem sua política fiscal, desonerando setores que considera fundamentais, como o de proteína animal e automóveis. Contudo, ela alerta que não há muito espaço para aprofundar este tipo de política.

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“Vemos um Brasil que entende suas limitações, tem uma política austera e pragmática. Tudo sempre pode ser melhor, mas ele está se mantendo dentro das metas, como a de inflação e superávit”, disse.

Infraestrutura – Regina falou, em sua palestra, que a maioria dos projetos de infraestruturas que o Brasil está começando a tocar agora são de longo prazo, o que deve gerar grande demanda por financiamento. Contudo, ela criticou a falta de um mercado líquido de rolamento de títulos de dívida – algo muito comum nos Estados Unidos.

Um mercado secundário ativo de títulos de dívida também seria essencial para diminuir os custos das empresas com financiamento porque, com liquidez, os investidores reduziriam o risco cobrado pelos empréstimos. Segundo a analistas, os agentes poderiam vender com mais facilidade os títulos caso precisassem ou quisessem. “Com custos de financiamento menores, a produtividade e competitividade brasileira melhorariam”, falou.

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O ideal é que as empresas possam se financiar em sua própria moeda para não ter de arcar com custos de proteção contra a oscilação cambial. “Precisamos de financiamentos de projetos de infraestrutura na mesma moeda de sua receita, em reais”, declarou, concordando com o presidente da Invepar, Gustavo Nunes Rocha, em sua apresentação no mesmo evento.

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