Brasil alcança 6ª posição em ranking de investimento estrangeiro direto
Melhora de posição no ano passado foi favorecida pela pior desempenho de outros países, como Rússia, aponta relatório da ONU
O Brasil subiu da 7ª para a 6ª posição no ranking dos destinos mais atrativos para investimentos estrangeiros diretos (IED), segundo relatório da agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgado nesta quarta-feira. O avanço ocorreu mesmo com a queda de 2,3% no volume de investimentos, de 64 bilhões de dólares em 2013 para 62 bilhões de dólares em 2014. A melhora de posição no ano passado foi favorecida pela pior desempenho de outros países como Rússia, que despencou do 5º para a 16º lugar.
De acordo com o relatório, no caso do Brasil a aparente estabilidade oculta diferenças importantes. Isso porque investimentos no setor primário caíram 58%, o que foi parcialmente compensado pelo crescimento na manufatura (5%) e nos serviços (18%). O fluxo de IED é considerado um investimento sustentável, já que é, via de regra, voltado à infraestrutura, contrução de fábricas e fusões e aquisições de empresas.
Na análise mundial, a queda foi mais forte, de 16,3% em 2014, para 1,23 trilhão de dólares. Para 2015, a Unctad prevê um crescimento de 11% no volume de IED no mundo, com reconcentração em países desenvolvidos.
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América Latina – A América Latina entrou em um período “sombrio” de investimentos estrangeiros diretos, com uma marcada redução nos fluxos das indústrias extrativistas, indicou o Uctad. A progressão constante dos investimentos entre 2010 e 2013 na América do Sul, na América Central e no Caribe sofreu uma redução brusca ano passado, de 14% em 2014.
O secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi, destacou em entrevista coletiva em Genebra que há várias razões que explicam esse comportamento dos investimentos estrangeiros, como a diminuição de 72% nas fusões e aquisições além das fronteiras na América Central e no Caribe. Outra razão essencial para esta diminuição dos investimentos foi a queda nos preços das matérias-primas, o que reduziu a atração das atividades extrativistas na América do Sul.
Todos os grandes receptores de investimentos estrangeiros diretos, com a exceção do Chile, registraram crescimento negativo. O México foi o terceiro maior receptor de investimentos estrangeiros diretos na região, apesar de as entradas terem se reduzido quase à metade (23 bilhões de dólares).
(Com agência Efe)