A Bolsa de Madri acentuou suas perdas no início da tarde desta quinta-feira e passou a recuar mais de 3%, em um clima de preocupação com a Grécia e após uma nova sanção da agência Moody’s ao setor bancário europeu.
Às 13H00 GMT (11H00 de Brasília), o índice Ibex-35 dos principais valores espanhóis perdia 3,02%, para os 8.477,6 pontos, perdendo assim o patamar simbólico dos 8.500 pontos pela primeira vez desde 18 de janeiro.
Os valores bancários eram os mais penalizados, principalmente os referentes às instituições menores: Bankia caía 8,24%, Banco Sabadell perdia 7,49% e Banco Popular recuava 7,54%.
Contudo, os bancos grandes também não ficaram ilesos: o Santander, número um da zona do euro por capitalização, recuava 4,05%, BBVA – segundo banco espanhol – perdia 5,33%, e o terceiro, CaixaBank, retrocedia 5,94%.
A agência de classificação financeira Moody’s anunciou nesta quinta-feira que pode reduzir a curto prazo as notas de 114 bancos europeus, incluindo os gigantes do setor, em consequência da crise e do rebaixamento da nota de vários países da União Europeia (UE).
A Moody’s colocou sob vigilância a nota de vários grandes bancos franceses (BNP Paribas, Société Générale, Crédit Agricole, Natixis, entre outros), assim como estabelecimentos italianos, espanhóis, britânicos, alemães, austríacos, portugueses e escandinavos.
Entre os pesos pesados do setor ameaçados pela Moody’s com a possibilidade de rápida redução da nota estão os alemães Deutsche Bank e Commerzbank, os britânicos Royal Bank of Scotland e HSBC, o holandês ING, o espanhol Santander e o italiano Unicredit.
A Itália é o país mais afetado, com 24 grupos financeiros incluídos, seguida pela Espanha (21), França (10), Grã-Bretanha (9), Áustria (8), Dinamarca (8), Alemanha (7), Portugal e Holanda (6). Também foram incluídos bancos da Suécia (5), Eslovênia (4), Suíça (2), assim como da Finlândia, Noruega, Bélgica e Luxemburgo (1).
Segundo especialistas, os bancos sofrem também com a decisão de quarta-feira das autoridades espanholas – seguindo os passos de França e Bélgica – de anular a proibição vendas de curto prazo para uma série de valores.
A proibição desta prática especulativa, acusada de acelerar a queda das ações, havia sido instaurada no final de 2011 em plena tormenta financeira mundial decorrente do rebaixamento da nota de solvência americana pela agência Standard and Poor’s.