Bancários confirmam greve em todos os Estados e no DF
Decisão foi tomada após assembleias feitas em todo o país. Trabalhadores pedem reajuste salarial de 12,5% e melhores condições de trabalho
Bancários de bancos públicos e privados de todos os Estados e do Distrito Federal entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, após assembleias realizadas em todo o país. De acordo com a Confederação Nacional Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a paralisação, a princípio, deve atingir apenas as agências. Caixas eletrônicos, serviços de teleatendimento e centros administrativos devem continuar funcionando.
Entre outras reivindicações, os trabalhadores defendem um aumento de 12,5%, com ganho real de 5,8%. Para o cálculo da inflação, foi utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumulou alta de 6,35% no período de doze meses encerrado em agosto. “Todos os bancários têm de se empenhar para que nosso movimento seja cada vez maior e capaz de arrancar o quanto antes uma proposta dos bancos que contemple nossas reivindicações”, afirmou, em nota, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
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No primeiro dia de paralisação em São Paulo, o movimento ganhou a adesão dos funcionários de agências das ruas do centro da capital, do corredor da Avenida Ibirapuera e em Moema, na zona sul; da Praça Silvio Romero e nos bairros da Mooca e Vila Prudente, na zona leste; Avenida Faria Lima, na zona oeste; avenidas Tucuruvi e Voluntários da Pátria, na zona norte; do calçadão de Osasco, além da Avenida Paulista, Praça Oswaldo Cruz, entre outras.
Conforme a Contraf, no Sergipe, apenas os trabalhadores do Banco do Estado de Sergipe (Banese) não aderiram à greve. No Piauí, o primeiro dia de paralisação conta com 95% dos bancários da capital Teresina. No Paraná, estão fechadas 397 agências de Curitiba, Londrina, Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Paranavaí e Umuarama – nessas cidades, estão parados 14,9 mil bancários. No fim do dia, a entidade deve divulgar o balanço diário sobre o primeiro dia da greve, que trará o total de agências que aderiram ao movimento.
Após os bancários rejeitarem proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quinta-feira da semana passada, a instituição retomou as negociações na sexta-feira e apresentou novos números no sábado. A federação ofereceu um reajuste de 7,35% nos salários, na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos valores dos vales e auxílios. Para o piso da categoria, o reajuste oferecido foi de 8%. O Comando Nacional dos Bancários considerou a proposta insuficiente e orientou os 134 sindicatos que representa no país a votarem pela greve nas assembleias desta segunda-feira.
Conforme o Contraf, os trabalhadores “aguardam um chamado dos bancos para retomada das negociações”. A última paralisação dos bancários ocorreu entre setembro e outubro do ano passado e durou mais de vinte dias.