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Alta do petróleo leva Petrobras a ter prejuízo com gasolina

Preço do combustível no Brasil está 5% mais barato do que no mercado internacional

Por Da Redação
8 Maio 2015, 11h24

A gasolina voltou nesta semana a ficar mais barata no Brasil em relação ao exterior. Isso porque aumentou o preço do barril de petróleo no mercado internacional e o real manteve-se desvalorizado ante o dólar. Apesar de ser uma notícia positiva para os consumidores, esta situação coloca a Petrobras em maus lençóis nos negócios de importação de combustíveis

Atualmente, o valor médio da gasolina no país está 5% menor do que o praticado no exterior, o que não acontecia desde outubro do ano passado. A volta da defasagem implica perdas para a estatal, que precisa comprar combustível no exterior para abastecer o mercado interno, segundo especialistas.

Cálculos feitos pela Tendências Consultoria mostraram que desde o último reajuste dos preços dos combustíveis, em novembro, até esta terça-feira a gasolina foi comercializada, em média, 17% mais cara no Brasil do que no mercado externo, algo que beneficiou a petroleira e favoreceu negócios de importação.

No entanto, o cenário agora mudou. Depois de cair de um patamar de mais de 100 dólares por barril, em meados de 2014, para cerca de 43 dólares em março deste ano, o petróleo nos Estados Unidos fechou nesta quinta-feira próximo de 60 dólares, encerrando uma conjuntura que possibilitou até importações de combustíveis por concorrentes da Petrobras.

“Não tem qualquer incentivo na gasolina (para importações) há semanas, e no diesel, o pouco que tinha, morreu na semana passada”, avaliou o diretor de Abastecimento do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Luciano Libório.

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A Tendências calcula que a gasolina estava 5,8% mais barata no Brasil do que no exterior, na terça-feira, enquanto o diesel ainda estava 3,9% mais caro no país. No caso do diesel, segundo a consultoria, o combustível está sendo vendido desde novembro por preços médios quase 20% superiores aos internacionais.

O cenário, no entanto, ainda é volátil, ponderou o analista da Tendências Walter de Vitto. Projeções da consultoria mostram que os preços da gasolina e do diesel devem ficar próximos da paridade com o exterior na maior parte deste ano. “Para este ano, nosso cenário ainda não vê necessidade de um reajuste [de preços de combustíveis]”, afirmou Vitto.

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A opinião não é compartilhada por outros especialistas. Para André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, a tendência é que o real se desvalorize daqui para frente e há a expectativa de que, agora, a Petrobras tenha mais liberdade para reajustar os preços como uma forma de agradar o mercado e resgatar a confiança dos investidores. “Eles vão ser mais ‘market friendly‘ para resgatar a credibilidade do país por meio do próprio resgate da Petrobras, que passou por um momento muito difícil”, afirmou o economista.

A nova diretoria da estatal, no entanto, tem evitado fazer comentários sobre a política de preços de combustíveis no país.

“Se é verdade o que o ministro Levy (Joaquim Levy, da Fazenda) tem dito, que a Petrobras tem autonomia para fixar o preço da gasolina e do diesel, ela [a Petrobras] já deveria estar estudando um aumento”, avaliou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

O CBIE estimou que a gasolina estava na quarta-feira 7,2% mais barata no Brasil do que no exterior e o diesel 3% por cento mais caro. “Agora vamos tirar a dúvida daqui para a frente, se o governo vai manter a política dos primeiros quatro anos de Dilma”. Especialistas avaliam que o movimento dos últimos meses (da gasolina e diesel mais caros) permitiu que a Petrobras recuperasse apenas uma pequena parte das perdas bilionárias sofridas pela estatal referente ao período em que represou os preços dos combustíveis para maquiar a inflação.

(Com agência Reuters)

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