Um dos principais pontos do discurso da presidente Dilma Rousseff ao Legislativo na abertura dos trabalhos do Congresso, nesta terça-feira, tratou da recriação da CPMF e da necessidade de impor limites aos gastos públicos. O ministro da Fazenda é hoje Nelson Barbosa, mas em seu discurso a presidente defendeu o enxugamento da máquina pública, uma bandeira de Levy – um tópico que costuma enfrentar resistência do PT e foi pano de fundo da queda do ex-ministro. Eis o que diz o texto Robustez Fiscal e Qualidade do Gasto como Ferramentas para o Crescimento, publicado por Levy na coletânea Sob a Luz, do Centro de Debate de Políticas Públicas: “Explicitar uma trajetória (de queda para os gastos públicos), especialmente para o gasto corrente, tem, portanto, méritos. Ainda que essa explicitação tenha sido rejeitada na década passada, pela avaliação dentro do governo de envolver uma abordagem tosca, ela teria, no mínimo, valor indicativo importante e poderia ser uma peça crucial para que o foco do governo e de suas agências possa passar do aumento continuado da carga tributária – isto é da arrecadação – para uma tributação mais voltada para objetivos de crescimento econônomico e equidade. A moderação na despesa, necessária para dar credibilidade a qualquer trajetória indicada, exigirá um tremendo esforço também para tornar o gasto mais eficiente, de forma a se alcançarem os objetivos desejados de crescimento e proteção social de forma sustentável.” É a necessidade se impondo sobre a teimosia. (Da redação)