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Parecer normal é o principal atrativo de Miley Cyrus

Artista que já assumiu ter usado drogas - e pediu desculpas aos fãs - encarna com perfeição as questões das meninas rebeldes, mas não muito

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
14 Maio 2011, 08h20

“As letras das músicas que ela canta fala dos problemas dos adolescentes. Sinto que ela já me deu conselhos através das músicas”, afirma Fernanda

Miley Cyrus fala a língua das adolescentes. E não é preciso conhecer muito da história da artista, nem ouvir muitos depoimentos apaixonados de admiradoras para entender a força dessa empatia. A atriz que encarnou Hannah Montana na última década, quando se consolidou uma geração de ícones adolescentes em séries de TV voltadas para o público ‘teen’, acumulou credenciais para além de seus dotes artísticos.

É esse talento para chegar ao coração das fãs que faz com que Miley, fora da personagem, mantenha a sintonia com as meninas e meninos entre os 10 e os 18 anos. Ao explicar sua intenção de lançar a turnê Gypsy Heart na América do Sul, Miley disse que preferia estar em países onde ela é realmente querida, dando a entender que isso talvez não aconteça nos Estados Unidos, seu país de origem.

Uma sinceridade rebelde, mas inofensiva, acompanha o discurso de Miley Cyrus. Certos desabafos que não chegam a ser contundentes, mas demonstram a fragilidade do jeito de ser adolescente, renovam a confiança que as meninas têm na ‘amiga’ que acreditam estar por trás das personagens – seja ela Hannah Montana ou a própria cantora, em sua versão de palco.

Foi assim, por exemplo, quando ela assumiu ter usado drogas e, em seguida, pediu desculpas aos fãs – época em que aflorou uma Miley imperfeita, mas capaz de se redimir e de, por ela própria, resolver a questão.

Praia contra a melancolia: depois de mensagem enigmática no Twitter, uma manhã ao sol para MIley Cyrus
Praia contra a melancolia: depois de mensagem enigmática no Twitter, uma manhã ao sol para MIley Cyrus (VEJA)
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“Apesar de ser uma droga legalizada, ela sabia que não estava fazendo a coisa certa e pediu desculpas aos fãs”, opina a fã Beatriz Vicente, de 13 anos, a caçula de um grupo que montou plantão em frente ao Copacabana Palace para tentar ver Miley Cyrus. A sálvia é uma droga legal na maior parte dos estados norte-americanos, incluindo a Califórnia.

Além da droga, a biografia de Miley tem outra passagem que a torna um ‘case’ repleto de atualidade. Aos 10 anos, a cantora sofreu bullying na escola, tinha poucos amigos e era uma menina solitária. Ela sofreu com as intimidações do grupo ‘anti-Miley’, composto por meninas maiores do que ela. Certa vez, chegou a ser trancada em um armário do colégio, onde ficou por cerca de uma hora presa.

A força do ídolo se manifesta nas frases, nas opiniões e, claro, também em produtos. Alguns itens do visual de Miley eram adotados como uniformes pelas meninas que tentavam chegar perto da artista no Copacabana Palace e na chegada ao Brasil, pelo Aeroporto Internacional do Galeão, na quarta-feira. O mais evidente deles era o tênis modelo All-Star.

“Ela tem personalidade e estilo, como gosto muito dela uso roupas parecidas. Quando ela está de Hannah Montana ela usa muitas botas, mas quando está de Miley é mais normal, como a gente”, explica Fernanda Fonseca, de 14 anos.

Ser ou parecer “normal”, até onde é possível a normalidade ser acessível a uma adolescente em turnê mundial, aliás, é uma das virtudes de Miley Cyrus. Em Hannah Montana, a atriz era a artista famosa que, para viver uma vida comum, transformava-se em Miley Stewart. Ao pular a cerca da fama para o anonimato, Miley – a Cyrus – parece cair no colo de um público que sonha permanentemente com o sucesso, ao mesmo tempo em que quer ter direito às coisas simples da juventude.

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Fernanda diz que entrou no curso de teatro influenciada pela atriz. “Eu gosto de atuar, me apaixonei pelo curso de teatro. Isso tudo só começou por causa da Miley, porque ela foi a primeira pessoa em que me espelhei na vida”, conta emocionada, falando da cantora como quem se refere a um guia espiritual.

“As letras das músicas que ela canta falam dos problemas dos adolescentes. Sinto que ela já me deu conselhos através das músicas”, afirma Fernanda. “Ela me ensinou a ser eu mesma e não me importar com as críticas destrutivas. Ela mesma já foi muito criticada porque largou a imagem de menininha da Hannah Montana. Mas qual adolescente não tem vontade de colocar uma saia curta e se sentir mulher?”, pergunta a fã.

Luísa Valente, também de 14 anos, vê em Miley Cyrus a maturidade. “Ela já tem 18 anos, já é uma mulher”, diz, afastando a ideia de que a cantora – e talvez elas próprias – já não é mais “uma menininha”. A estudante defende seu ponto de vista citando a postura “madura” de assumir o erro, com a sálvia, e o pedido de desculpas.

Para Luísa, Fernanda e Beatriz, Hannah Montana virou mulher. Mas trocar a imagem de matinê pela de artista madura é algo que ainda consome energias de Miley Cyrus. Em parte, isso acontece com as esporádicas declarações – e, muito provavelmente, a ‘confissão’ sobre o uso de drogas faz parte dessa estratégia.

A outra parte da missão ela tenta cumprir nos palcos, como fez no Equador, interpretando um hino adolescente de quando ainda devia usar fraldas: o clássico SmellsLike Teen Spirit, do Nirvana, com arranjo parecido com o original – até onde é possível a Miley se esgoelar como fazia Kurt Cobain.

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https://youtube.com/watch?v=oDmkuBlEnUE

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