PT recua e decide retirar trecho sobre o PSD de resolução
Para não bater de frente com o novo partido, Diretório Nacional do PT decide tirar comentário irônico do texto final de sua resolução política
O Diretório Nacional do PT aprovou neste sábado a resolução política do partido com a preocupação de não bater de frente com o PSD, partido formado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. No documento final, desapareceu o trecho irônico constante da proposta que já havia sido discutida pelos petistas no dia anterior, na qual o PSD é tratado como um “partido que se autodefine como nem de centro, nem de direita, nem de esquerda”. O novo presidente do PT, Rui Falcão, evitou falar sobre futuras e eventuais conversas entre os dois partidos. “O PSD não existe formalmente e não pode ser objeto de deliberação”, disse em entrevista neste sábado.
Na resolução petista, a oposição é considerada “sem rumo” e em “crise de identidade”. Os adversários do PT e do governo da presidente Dilma Rousseff, diz o documento, estão fragmentados.
O partido não fechou orientação sobre coligações e alianças para as próximas eleições na reunião do diretório. Uma comissão eleitoral será criada para fazer um levantamento da situação política nos estados para, só depois, traçar diretrizes e a estratégia política de alianças.
O diretório aprovou uma resolução específica sobre reforma política insistindo no financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais; a votação em lista de nomes elaborada pelos partidos políticos; a manutenção do sistema proporcional para a eleição de deputados federais, estaduais e vereadores; e o fim das coligações nas eleições proporcionais. “A lista é a única oportunidade que vemos para ampliar a participação de setores majoritários sub-representados”, defendeu Falcão. O PT considera que há na sociedade um clima propício para essas propostas.
(com Agência Estado)