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Mendes Ribeiro confirma demissões

Ministro toma posse na terça: "Se vou mudar, é claro que terei que tirar alguém"

Por Adriana Caitano
19 ago 2011, 18h22

Na primeira reunião com o novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), a presidente Dilma Rousseff sinalizou que ele terá autonomia para reformar a estrutura da pasta. “Ela me deu carta branca, disse que confia em mim e que eu poderia fazer o que achasse melhor”, relatou Mendes em entrevista coletiva à imprensa, no gabinete que ainda ocupa como líder do governo no Congresso.

A conversa com a presidente no Palácio do Planalto durou pouco menos de uma hora. Segundo Mendes, a presidente não deu orientações específicas sobre o que deve ou não fazer quando assumir o cargo deixado por Wagner Rossi. “Pretendo imprimir meu ritmo e colocar a minha equipe de trabalho, ninguém disse que eu tenho porteira fechada”, comentou. “Se vou mudar, é claro que terei que tirar alguém”.

Entre os nomes já confirmados para ocupar cargos de confiança ao lado do ministro estão o do ex-secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Caio Rocha, que será assessor especial, e o do ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra (PP-RS). “O Turra será meu assessor permanente, vai ficar o tempo todo no meu ouvido”, afirmou Mendes Ribeiro.

O ministro descartou a possibilidade de fechar a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foco de corrupção na pasta, como sugeriu a senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu (DEM). “A Conab tem função extremamente importante. Não posso resolver um problema terminando com ele”, disse. Ele também comentou a atuação corrupta do lobista Júlio Fróes na pasta, como revelou VEJA.

“Ainda não tomei conhecimento das investigações, mas se ele entra no ministério, tem que ter algum motivo. Tem que ter uma regulação de entrada das pessoas lá”, disse. “O Poder Executivo tem que ter sua regulamentação de lobby, tem que ter câmeras para depois serem checadas. Lobista é uma coisa, ladrão é outra. Ele vai ter que ter um motivo para entrar, ser atendido na recepção”.

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Descontração – Mendes Ribeiro Filho respondeu às perguntas dos jornalistas com bom humor, mesmo quando teve questionada sua capacidade para assumir uma pasta com a qual ele não tem afinidade. “Sou produtor só de alegria. A única terra que eu conheço é um sítio do meu amigo lá no Sul, mas nasci em um estado eminentemente agrícola e o conheço de ponta a ponta”, argumentou. Quando questionado se encontraria muitos pepinos no ministério, Mendes disparou: “Se eu não encontrar pepino na Agricultura, não encontro em nenhum outro lugar”.

Apesar do desconhecimento na área, o peemedebista disse que conseguirá inteirar-se rapidamente. “O [José] Serra foi um bom ministro da Saúde, eu fui um secretário de obras sem ser engenheiro”, justificou. “Preciso de um tempo para mergulhar no assunto, mas isso não vai prejudicar o ministério”.

Como exercia seu quinto mandato como deputado federal, Mendes Ribeiro não quer desligar-se da Câmara tão cedo. “Eu pedi à presidente para continuar, na medida do possível, atuando no legislativo e ela me autorizou a manter conversas com parlamentares”, comentou. “Eu quero ter uma relação próxima com a frente ruralista, estou ligando para cada um dos deputados”. Ele diz que o novo líder “quem escolhe é a presidente e sua base governista”.

A posse de Mendes Ribeiro está marcada para terça-feira. “Até lá, vou tratar da agenda do Congresso, conversar com deputados, fazer várias reuniões”, comentou. Na segunda-feira, ele tem um encontro marcado com o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, para falar sobre as investigações que estão sendo feitas sobre a Agricultura. “Ele vai me passar um relatório do que já foi levantado até agora”, disse. O ministro afirmou que ainda não conseguiu conversar com o ex-ocupante da vaga, Wagner Rossi, que entregou sua carta de demissão à presidente Dilma na quarta-feira.

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