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Jornalista que encomendou quebra de sigilo pode pegar 12 anos de prisão

Por Da Redação
21 out 2010, 06h56

Embora Amaury Ribeiro tenha negado o pagamento e o pedido de quebra de sigilo de tucanos, a PF chegou à conclusão de que ele requisitou as violações após ouvir um novo personagem: o despachante Dirceu Rodrigues Garcia

A pena para o jornalista Amaury Ribeiro Júnior – apontado pela Polícia Federal como o responsável por encomendar a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra – pode chegar a até 12 anos de prisão. O delegado Hugo Uruguai, que comanda as investigações, deve indiciar Amaury por quebra de sigilo, com base no artigo 325 do Código Penal. De acordo com a lei, se for detectado dano às vítimas, o jornalista pode ir para a cadeia por seis anos.

De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, Uruguai estuda ainda a possibilidade de enquadrar Amaury por corrupção ativa – “oferecer vantagem indevida a funcionário público”, segundo o artigo 33 do Código Penal. Nesse caso, a pena varia de dois a 12 anos de reclusão.

A PF concluiu que o jornalista pagou para obter informações sigilosas de pessoas ligadas ao PSDB. Ele faz parte do chamado “núcleo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). E admitiu, em depoimento, ter elaborado um dossiê contra Serra.

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Embora Amaury Ribeiro tenha negado o pagamento e o pedido de quebra de sigilo de tucanos, a PF chegou à conclusão de que ele requisitou as violações após ouvir um novo personagem: o despachante Dirceu Rodrigues Garcia. Ele afirmou, em depoimento à polícia, que providenciou a quebra de sigilo de Verônica Serra, filha do tucano, e de Alexandre Bourgeois, marido dela, mediante o pagamento, por Amaury, de 700 reais por declaração consultada. Foi Dirceu quem contratou o contador Antônio Atella, responsável pela procuração falsa em nome de Verônica.

Entenda o caso – Em maio, VEJA revelou que o pré-comitê de Dilma tentou montar um grupo para investigar a vida dos adversários, incluindo Serra, seus familiares e amigos. O grupo de arapongas estava de posse de um documento que continha informações fiscais de Verônica, Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio e Gregório Preciado – os mesmos personagens que tiveram seu sigilo invadido em Mauá e Santo André, na Grande São Paulo.

Amaury foi um dos que participaram de uma reunião com o ex-delegado Onézimo de Sousa, que revelou ter recebido, durante um almoço com integrantes da pré-campanha petista, um convite para espionar Serra. Em depoimento no Congresso, Onézimo afirmou que Amaury garantiu ter “dois tiros fatais” contra Serra, mas não entrou em detalhes sobre o que isso seria.

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Casa do Lago Sul – No caso dos sigilos quebrados pela servidora Addeilda dos Santos, em Mauá, na grande São Paulo, o caminho foi outro: Amaury contatou o intermediário Fernando Araújo Lopes. Entre os sigilos quebrados por Adeildda está o de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB.

À PF, Amaury confessou reunir informações sobre pessoas ligadas a José Serra desde 2007. Disse que, no fim de 2009, deixou o jornal Estado de Minas, em que trabalhava, tendo em mãos um extenso dossiê. Em abril de 2010, diz ter sido procurado pelo jornalista Luiz Lanzetta, que trabalhava para a pré-campanha de Dilma, para que ajudasse a identificar uma fonte de vazamento de informações dentro da chamada “Casa do Lago Sul”, onde funcionava o núcleo de inteligência dos petistas que trabalhavam para Dilma.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

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E a que assistimos? A PF se limitou a dizer que o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra de sigilo fiscal de tucanos e de familiares de Serra e deu início à cadeia de ações que resultaram no crime. E pronto! Por incrível que pareça, não se vai investigar a MOTIVAÇÃO POLÍTICA do fato. Amaury está sendo tratado como “o” mandante. É este é o escândalo: é evidente que ele não era o ponto de chegada do documento, mas apenas um instrumento, um operador.

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