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De saída, Negromonte falta a reunião no Planalto

Ministro das Cidades, ameaçado no cargo, ignorou encontro com ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Ele evitou a imprensa nesta terça-feira

Por Gabriel Castro
31 jan 2012, 18h37

Com os dias contados no cargo, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, faltou nesta terça-feira a uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O encontro, que estava agendado para as 17 horas e teve a participação de outros ministros, foi agendado sob o pretexto de discutir a prevenção a desastres em áreas de risco. Apesar de a agenda de Negromonte exibir o compromisso, o comandante das Cidades não deu as caras. Mais um sinal da demissão que se aproxima.

A presidente Dilma Rousseff está viajando, e não deve tomar uma decisão sobre o futuro de Negromonte antes de quinta-feira. Nesta terça, o ministro das Cidades passou a maior parte do dia em despachos internos. Entrou e saiu do prédio onde trabalha evitando a imprensa.

Enquanto isso, o PP já avalia nomes para a sucessão do ministro. Aguinaldo Ribeiro, líder do partido na Câmara, o deputado Márcio Reinaldo Moreira e o presidente do partido, Francisco Dornelles, surgem como opções. Dornelles, que já comandou o Ministério das Cidades no governo Lula, seria uma espécie de “plano B” – a última alternativa caso não haja consenso sobre o nome.

Na berlinda graças a uma sequência de escândalos na pasta, Mário Negromonte deve ser exonerado nos próximos dias. Será o sétimo ministro a deixar o cargo no governo Dilma por denúncias de corrupção. A queda encerraria uma agonia de cinco meses. Desde que VEJA revelou uma tentativa de compra de apoio político operada pelo ministro, em agosto, o ministro tem perdido poder no governo. Era a demissão mais claramente anunciada para 2012. A única surpresa em relação à saída do ministro é, de fato, a demora do Planalto para efetivá-la.

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Substituição – O desgaste se acentou nos últimos dias, quando o jornal Folha de S. Paulo mostrou que o ministro participou de ao menos uma reunião com lobistas de uma empresa de informática que, posteriormente, venceria uma concorrência na pasta. O encontro ocorreu antes da abertura da licitação. Dois subordinados de Negromonte foram exonerados: Cássio Peixoto, chefe de gabinete, e João Ubaldo Dantas, chefe da Assessoria Parlamentar.

De acordo com a edição desta terça-feira do jornal O Globo, a presidente Dilma Rousseff já teria acertado com o PP, partido de Negromonte, a substituição do ministro. No encontro estava presente também o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Em viagem a Cuba e ao Haiti, a presidente só deve sacramentar a saída do nono ministro de seu governo quando retornar ao Brasil. Antes de anunciar a demissão de Negromonte, Dilma ainda se reunirá com ele para demonstrar um último sinal de prestígio. O próprio ministro já está ciente de que seus dias no governo estão contados. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Negromonte colocou o cargo à disposição de Dilma em encontro com a presidente na Bahia, nesta segunda-feira. A decisão teria surpreendido a presidente, que evitou dar ao ministro uma posição definitiva sobre sua manutenção no cargo. A única surpresa em relação à saída do ministro é, de fato, a demora do Planalto para efetivá-la. O processo de fritura de Negromonte, cada vez mais frágil no cargo, teve início ainda em agosto do ano passado. Reportagem de VEJA mostrou que o ministro havia oferecido 30 000 reais a deputados de seu partido, o PP, em uma tentativa de manter a influência de seu grupo político dentro da legenda. O Ministério das Cidades informou que o ministro passou a tarde dedicado a “demandas internas” e, por isso, não conseguiu participar da reunião no Planalto. Em seu lugar, enviou um subordinado.

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