Cunha tenta barrar testemunhas da Lava Jato em processo no Conselho de Ética
O juiz federal Sergio Moro autorizou na terça-feira que oito envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras sejam ouvidas pelo colegiado
A defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou nesta terça-feira, no Conselho de Ética da Casa, um pedido para que as oito testemunhas investigadas na Operação Lava Jato e que foram arroladas no processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado não sejam ouvidas pelo colegiado.
O advogado Marcelo Nobre alega suspeição das testemunhas, uma vez que elas fizeram delação premiada e vão falar de atos que não constaram no parecer preliminar do relator Marcos Rogério (DEM-RO).
Também na terça, o juiz federal Sergio Moro autorizou a cúpula do Conselho de Ética a ouvir, ainda neste mês, as testemunhas que estão presas. Ele determinou que as oitivas aconteçam em sessões fechadas e em Curitiba, sede das investigações da Lava Jato.
Na semana passada, o relator do processo contra Cunha, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), apresentou seu plano de trabalho para a fase de instrução do processo e pediu para que fossem ouvidos como testemunhas de acusação o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Júlio Camargo e Fernando Soares, o Fernando Baiano, todos delatores da Lava Jato.
Rogério também decidiu convidar o ex-dirigente da BR Distribuidora João Augusto Henriques, o laranja de Youssef, Leonardo Meirelles, o ex-gerente da area Internacional da Petrobras Eduardo Musa, além dos empresários Ricardo Pernambuco, Ricardo Pernambuco Júnior e do próprio Cunha. O colegiado não tem força de convocação, portanto as testemunhas são livres para recusar o convite.
(Com Estadão Conteúdo)