O senador Edison Lobão (PMDB-MA) deixou o Ministério de Minas e Energia em abril para concorrer à reeleição ao Senado. Desde então, alardeava a amigos que reassumiria o posto no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Além de manter boas relações com a petista, Lobão pertence ao grupo de aliados de José Sarney e sempre contou com o apoio do PMDB para voltar ao cargo.
Lobão assumiu as Minas e Energia em 2008, para substituir o ex-ministro Silas Roundeau, denunciado pelo Ministério Público por envolvimento com o esquema de corrupção montado pela empreiteira Gautama.
Ao assumir, o senador afastou qualquer possibilidade de um apagão elétrico durante sua gestão. “Não haverá apagão nenhum. As autoridades do ministério têm tomado todas as providências. Nós temos de ser otimistas com responsabilidade”, afirmou na ocasião. Em 2009, um grande blecaute deixou no escuro 18 estados brasileiros. Ansioso para encerrar o assunto, Lobão se apressou em garantir que o apagão havia sido causado pela queda de três raios, praticamente simultâneos, nas três linhas que compõem o maior ramal de transmissão elétrica do país, entre a usina de Itaipu e a cidade de São Paulo.
A explicação caiu por terra por três razões: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitora raios em todo o país, disse que nenhum deles atingiu o ramal de Itaipu na hora do apagão; mesmo que isso tivesse ocorrido, as linhas de transmissão são projetadas para suportar raios sem entrar em colapso; por fim, a probabilidade de três raios extremamente poderosos caírem em três linhas do mesmo ramal com diferença de milésimos de segundo é praticamente nula.
Além de ministro, Lobão é empresário do setor de comunicações. No Maranhão, sua terra natal, controla a retransmissora do SBT no estado. Ele já foi jornalista e passou boa parte de sua carreira política no DEM. O senador transferiu-se para o PMDB em 2007, justamente diante da possibilidade de ocupar as Minas e Energia.